sexta-feira, 24 de junho de 2016

Paulinho da Força Sindical e o inquérito que dura 16 anos no STF


Um inquérito que investiga o deputado federal Paulinho da Força Sindical por suspeita de peculato (roubo praticado por servidor) ilustra bem por que é tão lenta a Justiça e tão grande a impunidade no Brasil. O caso tramita desde dezembro de 2000, sob a relatoria de Luiz Fux. Em 2013, Fux determinou que o Banco do Brasil repassasse os dados bancários de duas pessoas que tiveram seus sigilos quebrados. Apesar das cobranças de Fux, o Banco do Brasil pediu mais prazo repetidas vezes. Até que um dia simplesmente parou de responder ao Supremo. Fux determinou, então, que a presidência do Banco do Brasil fosse notificada sobre a obrigação do banco em fornecer com em até uma semana as informações, sob o risco de responder pela omissão. Mas, por incrível que pareça, o Supremo não conseguiu que a ordem de Fux fosse cumprida porque o fax da presidência do banco estava... quebrado. Os dados só chegaram na semana passada. O atraso ainda prejudicou o andamento de outro caso contra o encrencado Paulinho, sob relatoria de Gilmar Mendes, que o investiga por corrupção passiva. Esse caso é mais uma comprovação do inacreditável conúbio existente entre Poderes em Brasília. Se efetivamente desejasse obter as informações requeridas, o Supremo tem meios para tornar isso eficaz. Bastava que tivesse expedido uma ordem de prisão do presidente do Banco do Brasil, Com toda certeza, em duas horas ele teria em mãos os dados solicitados. Não tem só porque não quer, essa é a real. E por isso todos os políticos querem ser investigados e processados nas Cortes superiores, porque os processos não andam nunca. 

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