Um dos três presos nesta sexta-feira pela Polícia Federal na Operação Recomeço já prometeu contar tudo o que sabe sobre o esquema do Grupo Galileo, que desviou R$ 90 milhões dos fundos de pensão Petros e Postalis. O nome do "delator" ainda é mantido em sigilo, mas os investigadores estão animados. Além dos sete mandados de prisão expedidos, a 5ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro também autorizou busca e apreensão nos seguintes locais:
- residências de Adilson Florêncio da Costa, Márcio André Mendes Costa, Ricardo Magro, Roberto Roland Rodrigues, Luis Monteiro da Silva e Luiz Alfredo da Gama Botafogo Muniz;
- escritórios da Galileo Gestora de Recebíeis, Performance Fomento Mercantil, Soma Planejamento e Participação e FCP Serviços de Consultoria Administrativa.
A Operação Recomeço descobriu que, dos R$ 100 milhões investidos pelos fundos Postalis e Petros no Grupo Galileo, ao menos R$ 75 milhões foram desviados - o valor atualizado chega a R$ 90 milhões. Os investigadores averiguaram que, após a compra das debêntures, o dinheiro caiu na conta da Galileo e depois foi "pulverizado" em quase 50 contas de pessoas físicas e jurídicas indicadas pelo esquema. Além de Márcio André, ligado a Renan Calheiros, também foi beneficiário do dinheiro desviado o empresário Ricardo Magro, ligado a Eduardo Cunha. "Há indícios de participação de Magro na estruturação do negócio. Ele também se beneficiou financeiramente dos resultados do crime", disse um dos investigadores. A Polícia Federal vai incluir Márcio André, ligado a Renan Calheiros, e Ricardo Magro, ligado a Eduardo Cunha, na "difusão vermelha" da Interpol. Acusados de integrar o esquema que desviou R$ 90 milhões dos fundos Postalis e Petros, ambos tiveram mandados de prisão expedidos pela Justiça Federal do Rio no âmbito da Operação Recomeço. Responsável por capitanear o esquema que drenou ao menos R$ 90 milhões dos fundos Postalis e Petros, Marcio André Mendes Costa não foi localizado pela Polícia Federal e já é considerado foragido. Mendes Costa é ex-conselheiro da OAB-RJ, advogou para Furnas e trabalhou por anos para a família do ex-senador Wellington Salgado, do PMDB mineiro, antigo aliado de Renan Calheiros e amigo do ex-ministro Hélio Costa. A Polícia Federal também não localizou Ricardo Magro. Parece que ele está nos Estados Unidos. Ricardo Magro apareceu em uma ata da diretoria do Grupo Galileo. O empresário não tem qualquer relação com o setor educacional, sendo mais conhecido como sonegador de impostos e fraudador de combustível. Magro é dono da Refinaria de Manguinhos, uma espécie de Pasadena carioca que a turma de Eduardo Cunha, Henrique Alves e Edison Lobão tentou empurrar a preços exorbitantes para a Petrobras, como delatou Nestor Cerveró. Além da ligação com Eduardo Cunha, Magro também é próximo de Marcelo Sereno, que foi chefe de gabinete do bandido petista mensaleiro e propineiro José Dirceu, aquele que também é chamado de "guerreiro do povo brasileiro" pelos petistas. PT e PMDB no Rio sempre atuaram como um consórcio criminoso com atuação ampla, do petróleo à educação.
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