Os credores sem garantia real (os chamados quirografários) são os que têm a maior quantia a receber da Oi, um total de 61,2 bilhões de reais. Há nessa relação, por exemplo, bancos e detentores de títulos. A dívida total que consta no plano é de 65,4 bilhões de reais. A relação completa de credores tem quase 400 páginas e traz ainda o detalhamento de quanto dessa parcela está em moeda estrangeira. Dentro dos 61,2 bilhões de reais, são 9,56 bilhões de euros. Somente os detentores de títulos somam quase 34 bilhões de reais. Desse total, o Citicorp Trustee Company tem a receber 15,7 bilhões de reais e o The Bank of New York Mellon, 18,16 bilhões de reais. Eles detêm debêntures. Os demais credores são microempresas e empresas de pequeno porte (158,2 milhões de reais), trabalhadores (668 milhões de reais) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), único da lista que possui garantia real. O banco de fomento possui crédito de 3,34 bilhões de reais. Há um grande número de pessoas físicas listadas no documento dentro da parte de credores sem garantia real, sendo que parte delas são pessoas que entraram com ações na Justiça contra a operadora. Na lista, aparecem ainda grandes empresas e fornecedores, como a Alcatel Lucent Brasil (30,9 milhões de reais), Nokia Siemens (26,8 milhões de reais), a Nokia Solutions (102,2 milhões de reais) e IBM Brasil (31,2 milhões de reais). Há ainda varejistas, como as Lojas Americanas (181,4 mil de reais). Ao poder público, a Oi deve, por exemplo, para o governo do Rio de Janeiro 5.772 de reais. A KPMG Auditores Independentes tem crédito de 145.257 de reais. Os valores a receber também variam significativamente. Há quem tenha crédito de centavos, enquanto outros, de bilhões. Caso o plano de recuperação seja aceito pela Justiça, os credores poderão questionar os valores fornecidos pela Oi. A companhia é assessorada pelos escritórios BMA - Barbosa, Müssnich, Aragão, Penalva Santos e Basilio Advogados. Os problemas financeiros da Oi representam uma ameaça para a cadeia do setor, formada por empresas de pequeno, médio e grande portes cujos negócios estão concentrados nas maiores operadoras nacionais. Do total da dívida de 65,4 bilhões de reais, 1,5 bilhão de reais são pagamentos relativos a fornecedores. A situação da Oi não é de atrasos generalizados nos pagamentos, mas já há casos pontuais que despertam preocupação. Entre os principais fornecedores das grandes operadoras estão as empresas de manutenção de torres, antenas e cabos. Após pedido de recuperação judicial, o órgão regulador do mercado de capitais de Portugal decidiu suspender na terça-feira a negociação de ações da maior acionista da Oi, a Pharol, e da subsidiária da companhia, a Portugal Telecom Internacional Finance. O Conselho de Administração da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) informou que a suspensão ocorrerá até a divulgação de informação relevante relativa ao pedido de recuperação das empresas Oi. A Pharol (antiga PT SGPS) reúne os sócios portugueses, maiores acionistas em bloco da Oi.
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