O juiz Paulo Bueno de Azevedo, da 6ª Vara Federal de São Paulo, responsável pelos processos da Operação Custo Brasil, mandou nesta quarta-feira soltar o ex-ministro do Planejamento e das Comunicações dos governos Lula e Dilma, Paulo o petista Bernardo, e mais sete pessoas presas pela operação na semana passada. A decisão foi assinada após a ordem do Supremo Tribunal Federal favorecendo Bernardo pelo entendimento de que sua prisão causava "constrangimento ilegal". Após a ordem do ministro Dias Toffoli, do Supremo, ex-advogado do PT e de petistas, e ex-colega de ministério, que deveria ter se dado ao trabalho de se declarar impedido, o magistrado de São Paulo decidiu soltar, além de "PB", como o ex-ministro é conhecido, o ex-secretário de Gestão municipal de São Paulo, Valter Correia da Silva, os advogados Guilherme Gonçalves, Daisson Silva Portanova e Emanuel Dantas do Nascimento, e os empresários Joaquim José Maranhão da Câmara, Washington Luiz Viana e Dércio Guedes de Souza. O último também já havia obtido uma decisão favorável de Toffoli no início da noite desta quarta-feira. Apesar das solturas, o juiz afirmou que outros dois investigados na operação, o ex-tesoureiro do PT, Paulo Ferreirae e o ex-servidor do Planejamento e Nelson Luiz Oliveira Freitas, devem continuar presos por terem tentado interferir em acordos de delação premiada. Além de Ferreira e Freitas, continua preso o ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto que, além de ter sido alvo de mandado de prisão em São Paulo, está detido em Curitiba por causa da Lava Jato. Deflagrada na quinta-feira passada, a Operação Custo Brasil apura o desvio de cerca de 100 milhões de reais de empréstimos consignados do Ministério do Planejamento durante a gestão de Paulo Bernardo na pasta, entre 2005 e 2011. A pilhagem dos recursos dos funcionários públicos, aposentados e pensionistas, endividados, se dava por meio da empresa Consist, contratada pelo Planejamento para gerir os empréstimos, que cobrava 1 real mensal de cada servidor por um serviço que custaria normalmente 30 centavos. Era propina cobrada com desconto em folha, uma requintada modalidade instalada na corrupção brasileira pelo petismo. As investigações apontam indícios de que o ex-ministro petista, que teria recebido cerca de 6 milhões de reais do esquema por meio do advogado Guilherme Gonçalves, irrigou o caixa dois do PT e de campanhas petistas, como a da sua mulher, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), com o dinheiro roubado.
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