O ministro interino do Planejamento, Dyogo de Oliveira, admitiu nesta quinta-feira que o governo terá um déficit primário em 2017. Segundo ele, não será possível cumprir com a meta fiscal estimada no projeto de lei de diretrizes orçamentárias (PLDO) para o ano que vem, que prevê um resultado primário de zero para o governo federal, mas não soube afirmar o tamanho do rombo. Entre os fatores que devem contribuir para o impacto está, por exemplo, a renegociação das dívidas dos Estados com a União. "Com certeza não será possível cumprir o que estava previsto no PLDO, que era uma meta zero. Teremos uma meta com resultado negativo com certeza". Ele ainda disse que, a exemplo do que ocorreu este ano, o governo pretende anunciar para 2017 uma meta simples, sem abatimentos. Da forma como está hoje, o PLDO admite que a meta seja abatida em R$ 65 bilhões no caso de frustrações de receitas. Questionado, o ministro não informou se o déficit seria maior do que este valor. "Em 2016, tivemos decisão de adotar meta simples e entendo que esse deve ser o caminho para 2017, adotar apenas uma meta simples, sem descontos ou variações". Ele reafirmou que a equipe econômica vai se dedicar à revisão do PLDO na próxima semana e pretende enviar a proposta para o Congresso Nacional o mais rapidamente possível. Em relação ao resultado do prisma fiscal (que reúne expectativas do mercado sobre o quadro fiscal do país) divulgado nesta quinta-feira pelo Ministério da Fazenda e que prevê um déficit primário de R$ 134,2 bilhões para este ano, inferior aos R$ 170 bilhões estimados pelo governo, Oliveira garantiu que a previsão oficial não está inflada: "Não está inflado. Claro que o mercado tem as suas metodologias, mas há variáveis que ainda não estão definidas, como a renegociação dos estados e isso afeta o resultado tanto em 2016 quanto em 2017. É difícil prever quanto vai ser o impacto dessas variáveis".
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