O governo da Colômbia e a organização terrorista narcotraficante das Farc anunciaram nesta quarta-feira ter concluído um acordo de cessar-fogo definitivo, que abre as portas para um pacto final de paz, que acabará com meio século de conflito armado. O governo de Juan Manuel Santos e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc, composta de terroristas e traficantes de cocaína) "informam à opinião pública que chegamos com êxito ao acordo de cessar-fogo e de hostilidades bilateral e definitivo", afirmam as duas partes em um comunicado conjunto, sem especificar a data da entrada em vigor desse acordo. Este pacto, que coloca um ponto final nesse conflito incluído na agenda das conversações que acontecem desde novembro de 2012 em Cuba, acrescenta um consenso sobre "deixar as armas; as garantias de segurança (para os rebeldes) e a luta contra as organizações criminais (...) sucessoras do paramilitarismo". Ambas delegações indicaram que o acordado "será conhecido" nesta quinta-feira em um ato comandado pelo presidente Santos; pelo chefe máximo das Farc, Tomoleón Jiménez (o terrorista "Timochenko"); assim como por representantes dos países garantidores: Cuba, com o ditador Raúl Castro, e Noruega, com o chanceler Borge Brende. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, o ditador Nicolás Maduro, da Venezuela, e a comunista Michelle Bachelet, do Chile, estarão presentes. Pouco antes do anúncio, o integrante da delegação de paz das Farc em Cuba, Carlos Antonio Lozada, escreveu em sua conta no Twitter: na "quinta-feira 23 de junho anunciaremos #OÚltimoDiaDaGuerra". Nos últimos dias, as partes aceleraram as conversações. Santos, que na véspera exigiu dos negociadores um "esforço" para conseguir um cessar-fogo definitivo, "um passo fundamental" para alcançar a paz, segundo disse, considerou na segunda-feira (20) que os diálogos podem estar finalizados no dia 20 de julho, festa nacional na Colômbia. Santos e "Timochenko" se comprometeram em setembro de firmar a paz em 23 de março passado. O conflito colombiano enfrentou durante mais de 50 anos guerrilhas, paramilitares e membros da força pública, deixando um saldo de 260.000 mortos, 45.000 desaparecidos e 6,9 milhões de desalojados.
Nenhum comentário:
Postar um comentário