domingo, 12 de junho de 2016

Estado Islâmico reivindica autoria de ataque a boate gay em Orlando, na Flórida, que deixou 50 mortos e 53 feridos em fuzilaria de terrorista afegão islâmico


O autor do massacre à boate Pulse em Orlando, Flórida, era um combatente do Estado Islâmico, informou a agência Amaq, ligada ao grupo terrorista. No atentado deste domingo, pelo menos 50 pessoas morreram e 53 ficaram feridas no fuzilamento promovido por um terrorista descendente de afegão. Segundo o FBI ele teria comprado armas nos últimos dias. “O ataque contra uma boate para homossexuais em Orlando, Flórida, foi executado por um combatente do EI”, afirma o comunicado. O autor do ataque foi identificado como Omar Mateen e morreu durante uma troca de tiros com a polícia. O terrorista islâmico Mateen ligou para a polícia pouco antes de atacar a boate Pulse. Quando foi atendido, jurou fidelidade a (Abu Bakr al-) Baghdadi, chefe do grupo terrorista Estado Islâmico. Apesar disso, um funcionário do FBI alertou que provar a ligação com o grupo requer mais investigação, pois o terrorista poderia ter atuado como "um lobo solitário". Autoridades disseram que precisam descobrir se houve contatos diretos entre o Estados Islâmico e o suspeito. Segundo o FBI, o atirador comprou armas "mais ou menos na última semana". No ataque foram usados um revólver e um fuzil AR15. Sabe-se que Mateen esteve durante 2013 e 2014 "sob o radar" do FBI, por suspeita de extremismo islâmico, mas na época nada ficou provado. Na noite de sábado para domingo, Mateen alugou um carro e dirigiu de Port Saint Lucie até Orlando, segundo fontes do "Los Angeles Times". Armado com um rifle e um revólver, o atirador abriu fogo antes de fazer vários reféns, de acordo com relatos da mídia local. Foram disparadas dezenas de tiros, e o autor tinha um dispositivo junto ao corpo, que poderia ser uma bomba. Um policial que trabalhava como segurança dentro da boate Pulse trocou tiros com o suspeito e, na sequência, uma equipe de policiais entrou no local e matou o atirador. Não foi esclarecido em que momento o homem armado atirou nas vítimas. Mateen tinha 29 anos e um filho de 3 anos. Sua ex-mulher o descreveu como uma pessoa agressiva. 


Mateen é filho de afegãos e, segundo a polícia, já havia manifestado simpatia pelo grupo terrorista Estado Islâmico. Ele teria passado por treinamento, segundo informações da CBS News. A cidade americana declarou estado de emergência. De acordo com o jornal "The New York Times", o tiroteio está sendo classificado como "incidente terrorista". O atirador não era da área de Orlando e estaria "organizado e bem preparado". 


"Se consideramos esse ato como terrorista? Certamente, estamos investigando, da perspectiva de todos os envolvidos, como um ato de terrorismo", disse Danny Banks, agente especial e chefe do Departamento de Forças Policiais da Flórida. "Se é um caso de terrorismo doméstico ou internacional, é algo que iremos averiguar'. O muçulmano Barack Obama, presidente norte-americano, cretinamento, como bom esquerdista, voltou a criticar a facilidade com que é possível conseguir uma arma no país, e conclamou o país a rezar pelas vítimas e suas famílias. "Hoje é um dia especialmente devastador para todos os nossos amigos da comunidade LGBT. O atirador escolheu como alvo um clube em que as pessoas se reuniam para encontrar seus amigos, dançar e cantar. O lugar em que foram atacados é mais que uma boate - é um lugar de solidariedade e empoderamento", afirmou. "Isso é um lembrete de que um ataque a qualquer americano, independentemente de sua raça, etnia, religião ou orientação sexual, é um ataque a todos nós e aos nossos valores de igualidade e dignidade, que nos definem como país", disse o presidente, que lembrou que este foi o pior atentado com armas da história do país. Obama, que já deve ter esquercido o episóio de alta traição de Benghazi, e que anunciou em janeiro um pacote de ações para expandir o controle sobre a venda de armas no país - implementadas por meio de ordens executivas, sem passar pelo Legislativo -, afirmou que o atentando de hoje mostra como é fácil alguém conseguir uma arma para atirar em pessoas nos Estados Unidos. "Temos que decidir se esse é o tipo de país que queremos ser. E entender que não fazer nada também é tomar uma decisão", disse. Os Estados Unidos são o país com o menor índice de mortes por bala. E isso decorre justamente da liberdade de cada cidadão portar arma. O atirador de boate em Orlando era um tarado islâmico que se incomodava com gays e agredia a mulher. O norte-americano Omar Mateen, de 29 anos, filho de pais afegãos, chamou a atenção do FBI pela primeira vez em 2013, ao fazer comentários alegando ligações com terroristas a colegas de trabalho. Em 2014, voltou a ser investigado por conexões com Moner Mohammad Abusalha, um norte-americano que juntou-se a um grupo extremista na Síria e morreu em um ataque suicida. Em ambos os casos, no entanto, ele não pareceu uma ameaça significativa para a polícia, diz o agente Ronald Hopper, do FBI. 


Para a família do atirador, a escolha de uma boate gay como local do ataque não parece ter sido coincidência. Seu pai, Mir Seddique, relatou em entrevista ao canal de TV NBC que o filho demonstrou raiva e incômodo com homossexuais. "Estávamos no centro de Miami e as pessoas estavam tocando música. Ele viu dois homens se beijando e ficou muito bravo", disse Seddique. "Eles se beijavam e se tocavam, e ele disse 'olha isso, na frente do meu filho eles fazem isso'. No banheiro também havia homens se beijando". Mateen foi casado até 2011 e, segundo um vizinho, tinha um filho de três anos. Em entrevista ao "The Washington Post", sem se identificar, a ex-mulher o classificou como "mentalmente instável" e afirmou que ele a agrediu diversas vezes. "Ele chegava em casa e começava a me bater porque as roupas não estavam lavadas ou qualquer coisa assim", disse a mulher, que conheceu o atirador pela internet há oito anos e decidiu se mudar para Flórida para se casar com ele. Embora o pai de Omar Mateen afirme que o crime não teve ligação com a religião, um amigo diz que, após o divórcio, o atirador se tornou cada vez mais religioso e chegou a viajar à Arábia Saudita para participar da Umra, uma peregrinação para Meca realizada por muçulmanos. Ele também comparecia com frequência ao Centro Islâmico de Fort Piece. O amigo afirma, no entanto, que ele nunca demonstrou simpatia pelo Estado Islâmico ou outros grupos terroristas. Algumas horas após o ataque, o Estado Islâmico divulgou um comunicado assumindo a autoria do ataque na Flórida, dizendo que o atentado foi "realizado por um guerreiro do Estado Islâmico". De acordo com as autoridades, porém, não há nenhuma indicação de que ele possa ter sido treinado ou instruído pela grupo terrorista, ou tenha tido qualquer contato direto com seus líderes. 


O atentado na boate Pulse, em Orlando, é o pior massacre a tiros já registrado na história dos EUA. Saiba quais foram os maiores e mais recentes ataques do tipo no país.
San Bernardino, dezembro de 2015. 14 mortos.
Syed Rizwan Farook e sua parceira, Tashfeen Malik, usaram rifles de assalto e pistolas automáticas e invadiram um evento do departamento de saúde pública do condado de San Bernardino. O casal conseguiu fugir, mas foi morto pela polícia em confronto próximo ao local.
Colorado Springs, novembro de 2015. 3 mortos.
Um policial e dois civis, foram mortos a tiros de rifle de assalto por Robert L. Dear Jr., que se rendeu quase cinco horas depois do início do ataque. Foram nove feridos.
Umpqua Community College, outubro de 2015. 10 mortos
O atirador Chris Mercer morreu em troca de tiros com a polícia após matar dez estudantes da faculdade em Roseburg, no estado do Oregon.


Chattanooga, julho de 2015. 5 mortos
Quatro marines e um oficial da Marinha foram assassinados por Mohammood Abdulazeez, nascido no Kuwait, que atacou dois locais separadamente: um ponto de recrutamento militar e outra estação do exército no estado do Tennessee.
Igreja em Charleston, junho de 2015. 9 mortos
O ataque à igreja, historicamente frequentada pela população negra da cidade, foi perpetrado por Dylann Roof, homem branco com histórico de visões racistas.
Escola de Sandy Hook, dezembro de 2012. 27 mortos.
O responsável pelo ataque, na cidade de Newtown (Connecticut) foi Adam Lanza, de 20 anos, que não tinha conexão com a escola. A maior parte das vítimas eram crianças entre seis e sete anos. Antes de ir à escola, Lanza matou a tiros sua mãe, Nancy.
Base militar de Fort Hood, novembro de 2009. 13 mortos.
O psiquiatra do Exército Nidal Hasan, hoje com 45 anos, atirou contra colegas na base, que fica no Texas. Ao contrário da maioria dos ataques do tipo, Hasan não tentou suicídio. O atirador abriu fogo aos gritos de "Alá é grande" e foi condenado por uma corte militar em 2013.
Virginia Tech, abril de 2007. 32 mortos.
Seung-Hui Cho, abriu fogo contra alunos da universidade em que estudava. Após o ataque, se suicidou com um tiro na cabeça. Coreano, Cho se tornou cidadão norte-americano em 1992. Ele enviou a uma emissora de televisão um pacote com vídeo e fotografias sobre sua motivação.


Escola de Columbine, abril de 1999. 13 mortos.
Os alunos Eric Harris e Dylan Klebold mataram 12 colegas e uma professora da escola em Littleton, no Colorado. Ambos se suicidam na biblioteca da escola, com tiros na cabeça. A motivação seria vingança contra os alunos que maltratavam os autores do ataque. O massacre provocou debate nos EUA a respeito do "bullying" nas escolas.
Cafeteria Luby's, outubro de 1991. 23 mortos.
O atirador, George Hennard, era desempregado e manifestava desprezo em relação a minorias e mulheres. Ataque aconteceu em Killeen, no Texas. Hennard bateu sua caminhonete no estabelecimento e, em seguida, matou clientes a tiros.
McDonald's em San Ysidro (Califórnia), julho de 1984. 21 mortos.
James Huberty, o responsável pelo massacre, foi morto pela polícia. 45 pessoas estavam presentes no restaurante no momento do ataque. Huberty foi funcionário daquela unidade, mas não foi determinado um motivo claro para o ataque.


Correio de Edmond (Oklahoma), agosto de 1986. 14 mortos.
O funcionário Patrick Sherrill também feriu seis colegas antes de se suicidar, ainda no local do crime. Sua motivação seria um suposto "tratamento injusto" no ambiente de trabalho.
Universidade do Texas, agosto de 1966. 18 mortos.
O estudante de arquitetura e ex-marine Charles Whitman, matou sua mãe e sua esposa, Kathy, antes de subir na torre da universidade e atirar contra pedestres. Foi o primeiro ataque do tipo nos Estados Unidos. O massacre foi diretamente responsável pela expansão dos departamentos de força tática policial por todo o país. 

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