Um ano e cinco meses após o corpo do promotor argentino Alberto Nisman ter sido encontrado, o caso que investiga as circunstâncias de sua morte sofreu mais uma reviravolta. Nesta semana, decidiu-se que o processo deverá regressar à Justiça comum — em março, ele havia sido remetido à Justiça Federal após magistrados considerarem que a hipótese de assassinato era plausível. Agora, porém, uma comissão formada por três juízes afirmou que não existem indícios suficientes para deduzir que o promotor tenha sido morto por seu trabalho e, por isso, a causa cabe à Justiça comum.
Nisman foi encontrado morto em janeiro de 2015, quatro dias após denunciar a então presidente, Cristina Kirchner, por encobrir o envolvimento do Irã no atentado terrorista contra a entidade judaica Amia (Associação Mutual Israelita Argentina), que deixou 85 mortos em 1994. O técnico em informática Diego Lagomarsino, dono da arma encontrada ao lado do corpo de Nisman, foi quem recorreu para que o processo voltasse à Justiça comum. Lagomarsino trabalhava para Nisman e afirma que o promotor havia pedido a arma emprestada para se proteger de ameaças. Em fevereiro, um funcionário da Justiça argentina — o promotor-geral da Câmara Criminal, Ricardo Sáenz — afirmou pela primeira vez que o caso era de homicídio e apontou o técnico como envolvido no crime. A família de Nisman vai recorrer para que o caso permaneça na Justiça Federal. Desde o começo da investigação, a ex-mulher do promotor, juíza Sandra Arroyo Salgado, critica o trabalho da Justiça comum, que considera parcial por não ter investigado a fundo a hipótese de assassinato.
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