A imigração de muçulmanos aos Estados Unidos é uma "versão maior e mais estúpida do cavalo de Troia", disse nesta segunda-feira (13) o candidato republicano à Presidência, Donald Trump. Ele reforçou a proposta que fez em dezembro, após o tiroteio em San Bernardino (Califórnia), de vetar adeptos dessa fé no país. Era a religião do terrorista afegão-americano Omar Mateen, que na véspera matou 49 pessoas numa boate LGBT em Orlando, na pior chacina a tiros da história americana, e o ataque mais grave desde o 11 de setembro. "Recuso-me a ser politicamente correto", afirmou o republicano Donald Trump, escorando-se "no senso comum" para defender o banimento de muçulmanos. Da primeira vez que apresentou essa idéia, disse, foi recebido "com desprezo". Segundo o magnata, mesmo as "boas comunidades muçulmanas" nos Estados Unidos têm sua parcela de culpa: "Elas sabiam o que estava rolando em atentados como os de Orlando, Boston e San Bernardino, mas não os entregaram". Nascido em Nova York, o atirador de Orlando é filho de afegãos, e o pai é um ativista em defesa do talibã, lembrou Donald Trump: "A única razão para ele estar no país é porque permitimos a família dele aqui". Trump prometeu, caso eleito presidente, "suspender a imigração de áreas com histórico de terrorismo", até "entender como lidar com essas ameaças".
Outro alvo do candidato republicano: o argumento democrata de que os Estados Unidos, país com maior parcela de armas per capita, deve ter maior controle sobre a venda delas. "Ela (Hillary) diz que a solução é banir as armas. Tentaram isso na França", disse, em referência ao atentado em uma casa de shows em Paris: "Deixar só os caras maus e os terroristas com armas, isso não é bom". O discurso desta segunda-feira, a princípio, seria um ataque ao que Trump vê como pontos fracos de Hillary. Após a chacina na boate Pulse, o foco mudou para segurança nacional e terrorismo. No primeiro comunicado após o atentado, o republicano não citou o perfil do clube. Desta vez, afirmou que o "Islã radical" não quer "apenas matar americanos, mas executar gays e lésbicas". "Pergunte-se quem realmente é amigo da comunidade LGBT e das mulheres: Donald Trump, com ações, ou Hillary Clinton, com palavras", disse, lembrando que o Estado Islâmico "escraviza garotas e assassina gays". Tomando uma parte radical como um todo, Trump — que em 2011 questionou se o presidente Barack Obama era mesmo americano, o que muitos entenderam como insinuação de que pudesse ser um imigrante muçulmano — disse temer "bolsões de terrorismo" nos Estados Unidos: "Eles estão vindo, pessoal".
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