A nova diretoria do BNDES criou uma força-tarefa para avaliar pedidos de empréstimos que estão pendentes no banco desde o governo passado. Segundo Marilene Ramos, diretora de Infraestrutura e Meio Ambiente do BNDES, o grupo de trabalho é interno do banco, mas conta com apoio das agências reguladoras e o Ministério da Fazenda. "Há alguns problemas de apresentação de garantias pelos tomadores. Isso sendo resolvido o projeto sairá. Obviamente tem sido difícil porque há muitos desses projetos que envolvem empresas que hoje estão na Lava-Jato", disse Marilene Ramos. Este seria o caso, por exemplo, do consórcio RioGaleão, responsável pelo aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, que tem entre seus sócios a Odebrecht Transport, um braço do grupo corrupto propineiro Odebrecht para o setor. O consórcio, que também é integrado pela Infraero e a cingapuriana Changi, negocia com o BNDES um financiamento de longo prazo para o projeto de ampliação e modernização do aeroporto, no valor de R$ 1,6 bilhão. Marilene Ramos evitou estimar quando as pendências podem ser resolvidas, mas disse que seriam projetos de interesse para o País. "Eles serão analisados com base nos parâmetros técnicos e, tendo a garantia necessária, vão seguir de forma ágil e desburocratizada, mas com segurança", disse ela. "O que não pode é problema ser rolado. Ele tem que ser entendido e resolvido". Marilene Ramos disse que o banco pode liberar os recursos para as obras da linha 4 do metrô fluminense assim que receber um aval do governo. Segundo ela, o governo federal não pode dar o aval do financiamento para um estado inadimplente. Por isso, seria preciso aguardar a renegociação da dívida dos governos estaduais com a União. "Para o metrô dependemos do governo dar o aval. Os recursos estão reservados. O trâmite interno já foi feito. Acredito que entre hoje e amanhã o governo federal vai se posicionar", disse Marilene Ramos. Com pagamentos atrasados, o governo do Rio de Janeiro já afirmou que não tem recursos para acabar as obras sem recursos emprestados pelo BNDES. O valor pedido é de R$ 989 bilhões, sendo metade para concluir o trecho olímpico.
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