Sem foro privilegiado e com cada vez mais evidências de que se beneficiou de empreiteiras investigadas na Operação Lava Jato, o poderoso chefão Lula reforçou sua equipe de advogados de defesa. O mais novo nome a compor a banca que tentará livrar o petista de acusações como tráfico de influência e obstrução da Justiça é o criminalista José Roberto Batochio, que na Lava Jato já tem como clientes o ex-ministro Antonio Palocci e na Operação Zelotes atua em favor do empresário Carlos Alberto de Oliveira Andrade, o Caoa. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, já apresentou denúncia ao Supremo Tribunal Federal contra o poderoso chefão por indícios de que ele atuou para atrapalhar as investigações da Operação Lava Jato. No pedido enviado ao Supremo, o chefe do Ministério Público também ofereceu denúncia contra o pecuarista José Carlos Bumlai e contra o filho dele, Maurício Bumlai. Os três novos nomes integram um aditamento da denúncia que já havia sido protocolada contra o ex-líder do governo no Senado Delcídio do Amaral (ex-PT-MS), e o banqueiro André Esteves, ex-CEO do BTG Pactual. No documento encaminhado para análise da mais alta corte do País, Janot destaca que investigações desenvolvidas a partir da revelação de que Delcídio do Amaral tentou comprar o silêncio do ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró, chegaram a "novos contornos e se constatou que Luiz Inácio Lula da Silva, José Carlos Bumlai e Maurício Bumlai atuaram na compra do silêncio de Nestor Cerveró para proteger outros interesses, além daqueles inerentes a Delcídio e a André Esteves". Na avaliação do procurador-geral, outros elementos, como depoimentos do acordo de delação premiada de Cerveró, "deixam evidente que a intenção dos articuladores do silêncio de Nestor era esconder fatos ilícitos envolvendo Luiz Inácio Lula da Silva, José Carlos Bumlai, André Esteves, Delcídio do Amaral, além de outras pessoas que possivelmente também integram a organização criminosa". Segundo o senador cassado e delator da Lava Jato, Delcídio do Amaral (ex-PT-MS), partiu do petista a ordem para comprar o silêncio do ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró. De acordo com Delcídio, Lula tinha pleno conhecimento do propinoduto instalado na Petrobras e agiu pessoalmente para barrar as investigações, ordenando que o ex-dirigente da Petrobras fosse silenciado com propina. Também em delação, o senador atribuiu à presidente afastada Dilma Rousseff pleno conhecimento dos problemas da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, transação permeada pelo pagamento de propinas, além de ter tentado aparelhar o Superior Tribunal de Justiça para garantir a liberdade de grandes empreiteiros presos por ordem do juiz Sergio Moro.
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