O Barcelona entrou em acordo com a Justiça da Espanha sobre o processo judicial envolvendo Neymar nesta segunda-feira (13). O clube catalão aceitou pagar uma multa de 5,5 milhões de euros (R$ 21,5 milhões). A decisão foi confirmada pelo presidente do clube, Josep Maria Bartomeu. "Não foi uma decisão fácil, mas é a melhor para o clube. Entre as opções que tínhamos, a melhor era essa. É melhor acabar com o processo agora e seguir. O Barcelona assume essa responsabilidade como entidade jurídica", disse Bartomeu. O acordo faz com que o clube seja julgado como pessoa jurídica, sem a inclusão dos dirigentes no processo. Dessa forma, estão livres da prisão o próprio Bartomeu e o ex-dirigente do Barcelona, Sandro Rosell. A comissão composta por diretores do Barcelona aprovou o pacto com a Justiça – no total, foram 14 votos a favor, dois contra e uma abstenção. A decisão do conselho é definitiva. O acordo, porém, pode fazer Bartomeu deixar a presidência do clube catalão. O dirigente colocou o cargo à disposição dos sócios. Dessa forma, a próxima assembléia decidirá a continuidade do conselho. O presidente do Barcelona também falou sobre uma possível renovação de contrato do craque brasileiro, que se encerra daqui a dois anos. "Estamos em permanente contato com pai de Neymar. Estamos negociando. Vamos tentar renovar o contrato", disse o mandatário.
O Ministério Público espanhol considerou fraudulento o acordo na contratação do jogador brasileiro em 2013 e quer explicações sobre a origem dos 40 milhões de euros recebidos pela família na transação. Os 40 milhões pagos pelo Barcelona à família Neymar foram depositados da seguinte forma: 10 milhões de euros foram desembolsados pelo clube catalão, em 2012, quando ele ainda defendia o Santos. O dinheiro de adiantamento foi depositado em uma empresa aberta pelo atleta. Os 30 milhões restantes foram pagos pelo Barcelona em outra empresa de Neymar nos anos de 2013 e 2014 (quando ele já atuava pelo clube espanhol). Desde que as cifras foram levantadas pela Justiça, Neymar e o seu pai negam veementemente ter havido fraude e sonegação fiscal e alegam que os 40 milhões recebidos são referentes à comissão e direitos de imagem. Para as Justiças brasileira e espanhola, esses pagamentos exclusivos a Neymar foram uma manobra para driblar o fisco e os então donos dos direitos econômicos (Santos, DIS e Teísa). Oficialmente, o Santos havia declarado logo após o acerto com o Barcelona que a negociação representou 17,1 milhões de euros. Ou seja: menos do que a metade do depositado nas empresas de Neymar. Posteriormente ao anúncio do Santos de que Neymar teria sido vendido por 17 milhões de euros, o clube catalão declarou que a contratação de Neymar havia custado 57 milhões. Pressionada na época, a diretoria do Barcelona informou que os pagamentos relacionados ao jogador somaram 85 milhões de euros. Isso incluía custos indiretos como luvas, amistoso com o Santos, recursos para Instituto Neymar e salários.
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