O ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, mandou incluir na denúncia contra o poderoso chefão e ex-presidente Lula novos elementos que demonstram a proximidade do petista com o banqueiro André Esteves, do BTG Pactual. Ambos são acusados de participar da trama para comprar o silêncio do ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró. A ordem de Teori inclui na denúncia trechos da delação premiada do senador cassado Delcídio Amaral (ex-petistas, agora em partido-MS), que também foi denunciado por envolvimento no mesmo caso. Delcídio do Amaral afirmou, nos termos de colaboração, que Esteves é um dos principais mantenedores do Instituto Lula, responsável por organizar as palestras do ex-presidente. De acordo com o ex-senador, a relação de Esteves com Lula se deve ao fato de o ex-presidente ter sido um dos principais apoiadores dos negócios do BTG, e que Lula era um "alavancador eficaz" de negócios para agentes econômicos no Brasil e no Exterior. No pedido enviado pela Procuradoria-Geral da República a Teori Zavascki, o procurador-geral Rodrigo Janot aponta o "relacionamento estreito" entre o banqueiro e o Instituto Lula. Na decisão, Teori também juntou o trecho da delação de Delcídio do Amaral sobre Lula e Esteves no inquérito da Lava Jato que investiga parlamentares e operadores do esquema de corrupção por formação de quadrilha. Há um pedido pendente para que o ex-presidente também seja incluído neste inquérito. As informações do ex-senador sobre o caso também foram atreladas às investigações no Supremo e na 13ª Vara Federal de Curitiba, conduzida pelo juiz Sérgio Moro, sobre o embandeiramento dos postos BR. O caso envolve, além de Esteves, o empresário Carlos Santiago, investigados na primeira instância, e o senador Fernando Collor de Mello (PTC-AL), que tem foro privilegiado.
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