A Rússia construiu um acampamento militar perto da zona que abriga a área de Patrimônio Mundial da Unesco (Organização da ONU para a Educação, a Ciência e a Cultura) na antiga cidade síria de Palmira, onde militantes do Estado Islâmico foram expulsos recentemente por forças pró-regime. O Exército russo descreveu na terça-feira (17) o acampamento como "temporário", afirmando que suas poucas unidades habitacionais estão sendo usadas por especialistas de explosivos que estão retirando minas deixadas por militantes. O Exército também afirmou que o governo sírio aprovou a construção do acampamento. Maamoun Abdulkarim, chefe do departamento de Antiguidades e Museus da Síria, afirmou que os artefatos inestimáveis da cidade estão seguros graças à presença russa, mas que não teria concedido permissão à Rússia para construir o acampamento se tivesse recebido esse pedido.
Uma autoridade da Unesco disse que ainda não está claro se o acampamento está em uma zona tampão perto do sítio arqueológico, mas afirmou que ele não representa uma ameaça para a área histórica. A Iniciativa de Herança Cultural da Escola Americana de Pesquisa Oriental publicou fotos de satélite e análises da companhia DigitalGlobe que mostram a construção nos arredores da antiga área, que foi danificada pelo EI, que manteve controle sobre Palmira por dez meses. Soldados sírios apoiados por ataques aéreos russos capturaram Palmira em março e confrontos continuam na vizinhança. Em semanas recentes, combatentes do EI lançaram uma ofensiva em que capturaram um campo de gás próximo que os aproximaram da cidade. Os especialistas em retirada de minas encontraram e detonaram centenas de bombas deixadas pelo EI dentro e perto do local desde a recaptura da cidade. Segundo disse Abdulkarim, os russos construíram pequenos quartéis que incluem escritórios e clínicas. "Nos recusamos a dar permissão mesmo que fosse para um pequeno cômodo a ser construído no local, mesmo que fosse para o Exército sírio, o Exército russo ou qualquer outro", disse Abdulkarim por telefone de Damasco: "Nunca daremos tal permissão porque isso seria violar a lei de arqueologia". O general russo Igor Konashenkov, um porta-voz do Ministério da Defesa da Rússia, disse que as autoridades sírias deram permissão.
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