O empresário Donald Trump venceu a prévia republicana do Estado de Indiana, segundo projeções, fortalecendo seu discurso de que já é o "provável candidato" do partido para as eleições presidenciais de novembro. Seu principal rival, o senador Ted Cruz, contava com um bom desempenho em Indiana para frear o avanço de Trump rumo à vitória, mas a derrota não deve alterar sua decisão de ficar na disputa.
A derrota é "um golpe devastador" para a campanha de Cruz, descreveu o "New York Times", na mesma linha de outros grande veículos. "A vitória de Trump o coloca na posição de comando para obter a candidatura em 7 de junho", definiu o jornal, em referência à data em que ocorrerá a última rodada de prévias do partido. Já sem chances matemáticas de obter o número de votos necessário para ganhar a candidatura republicana à Casa Branca, o senador ultraconservador Ted Cruz não cogita abandonar a disputa. Sua estratégia é chegar à convenção do partido, em julho, como a alternativa dos republicanos a Trump. A aposta do senador é ganhar o suficiente para impedir que o empresário some os 1.237 delegados que selam a candidatura. Assim, forçaria a realização de uma "convenção disputada", em que nenhum dos pré-candidatos alcança maioria e a disputa é reaberta a votação sem vínculo com as primárias. Embora tenha ressaltado a importância de um bom desempenho em Indiana, Cruz dissera na véspera da votação que não sairia da disputa, mesmo com uma derrota. Sua intenção, deixou claro, é ir até o fim. Sem conseguir ser páreo para Trump no voto, Cruz se apresenta como a salvação dos republicanos que se opõem ao magnata. Apesar de sua impopularidade no partido, o senador passou a ser apoiado por boa parte da elite republicana, que moveu milhões em propaganda contra Trump. O movimento "Pare Trump", porém, ficou longe de seu objetivo. A matemática favorece o discurso triunfalista de Trump, que tem condições de conquistar na última rodada de primárias a maioria de delegados para impedir a "convenção disputada". Mesmo que não atinja o número, ficaria perto dele, dificultando que o partido lhe negue a candidatura. Essa é a conclusão mesmo entre alguns dos mais ferrenhos rivais de Trump no partido, como o senador Marco Rubio, que abandonou a disputa: "Você tem alguém que tem todos esses votos, muito perto de 1.237, não vamos ignorar a vontade do povo, ou eles vão ficar zangados". Trump chegou à prévia de Indiana com 996 delegados, contra 565 de Cruz e 153 de John Kasich, governador de Ohio que também não dá sinais de que sairá da corrida. Com a vitória em Indiana, o empresário ganha quase todos 57 delegados do partido no Estado. Uma parcela deles é decidida segundo resultados dos distritos, mas Cruz lidera a apuração em apenas 2 dos 92 do Estado (em um, por margem estreita). Entre os democratas, a apuração em Indiana estava acirrada demais para projetar um vencedor até as 21h15 desta terça-feira. A líder da corrida e favorita nas pesquisas, a ex-secretária de Estado Hillary Clinton, tinha ligeira vantagem sobre o senador Bernie Sanders, mas o quadro era de empate virtual. Com vantagem considerável no total de delegados, Hillary poderia selar a meta para a candidatura já neste mês.
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