A histórica cidade de Olimpia, na Grécia, iniciou nesta quinta-feira a contagem regressiva para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro com a cerimônia de acendimento da tocha olímpica. No berço dos Jogos da Antiguidade, a atriz Katerina Lehou, no papel de uma Alta Sacerdotisa do templo de Hera, foi a responsável por colocar o fogo na pira olímpica. Katerina acendeu a tocha da Rio-2016 para o primeiro condutor dela, o ginasta grego Eleftherios Petrounias, atual campeão mundial nas argolas e um dos principais adversários do brasileiro Arthur Zanetti nas Olimpíadas. O ginasta carregou a tocha até o monumento do Barão Pierre de Coubertin, fundador do COI e um dos idealizadores dos Jogos Olímpicos da era moderna. Em seguida, Elefhterios a passou para o ex-jogador de vôlei bicampeão olímpico Giovane, que teve a honra de ser o primeiro brasileiro a conduzí-la. "Receber a Tocha aqui nesse lugar sagrado foi único e estou emocionado. Um daqueles momentos que fica na memória, a sensação de que o mundo parou. Eu ajoelhei, corri e me diverti. Estou aqui representando os atletas e para inspirar os brasileiros", disse Giovane, exaltando o que considera que será o grande legado dos Jogos: "Os Jogos são do Brasil e temos de viver isso intensamente. O esporte não pode ser feito só por conquistas de medalhas, junto com a educação ele pode transformar vidas. Esse é o grande legado que os Jogos vão deixar para o nosso País". A cerimônia em Olimpia, cidade localizada a 300 quilômetros de Atenas, acontece tradicionalmente antes de cada edição dos Jogos. De Olimpia, a tocha seguirá por outras cidades e ilhas da Grécia pelos próximos seis dias. Depois ela seguirá para a Suíça, onde passará pela sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Genebra, e pelo museu do Comitê Olímpico Internacional (COI), em Lausanne. A chama desembarca no Brasil no dia 3 de maio e ai passará por 329 cidades até chegar ao Rio de Janeiro no dia 5 de agosto para o acendimento da pira olímpica no Maracanã. A primeira cidade a receber a tocha será Brasília. Antes da cerimônia, os presidentes do Comitê Rio-2016, Carlos Arthur Nuzman, e do COI, Thomas Bach, discursaram para o público e as autoridades presentes. A 106 dias dos Jogos e com o Brasil vivendo um momento político conturbado e uma crise econômica, os dois adotaram um discurso semelhante de “paz e união” para o Brasil. "A tocha é o símbolo de paz e comunhão. Esses Jogos Olímpicos serão uma mensagem de esperança em momentos difíceis. E a chama carregará essa mensagem em todas as esquinas do Brasil, e além do mais, para todo o mundo. Nesses dias difíceis que o Brasil está enfrentando, a chama é uma mensagem eterna que nós todos somos parte da mesma humanidade", disse o presidente do COI. "Em poucas semanas, o povo brasileiro dará as boas-vindas ao mundo de forma entusiasmada. Os Jogos no Rio serão um palco espetacular para mostrar o melhor do espírito humano", completou.
Para Nuzman, é uma honra para o Rio de Janeiro ser a primeira cidade da América do Sul a receber uma Olimpíada. "É uma honra para nós vivermos esse sonho. O Rio de Janeiro está pronto para entregar história. A Olimpíada no Rio está abençoada para ser uma linda realidade". O revezamento da tocha aconteceu pela primeira vez nos Jogos de Berlim, em 1936. Na antiguidade, os gregos consideravam a chama um elemento “divino” e deixavam fogos acesos nas entradas dos principais templos. Assim acontecia no santuário de Olímpica. Neste ano, a tocha percorrerá 20 mil quilômetros e será conduzida por 12 mil pessoas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário