As investigações reveladas pela Operação Lava Jato, que apura um grande esquema de corrupção na Petrobras envolvendo políticos e empreiteiras, precisam ter sequência seja ainda durante o governo Dilma Rousseff (PT) seja em um eventual governo Michel Temer (PMDB) caso o impeachment seja aprovado. A opinião é do procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, um dos integrantes da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba. "Nosso posicionamento é o de que, independentemente do governo, há que se respeitar as investigações da Operação Lava Jato e que elas devem prosseguir até a revelação dos esquemas criminosos que macularam nosso sistema político-partidário", afirmou o procurador. Ainda segundo Lima, existem tentativas de "macular a reputação" dos investigadores da Lava Jato, incluindo delegados e procuradores, em especial o juiz Sergio Moro, que conduz os processos em primeira instância. O procurador diz esperar que estas ameaças "encerrem-se por completo, pois o uso desses expedientes pode caracterizar crime de obstrução à Justiça, dentre outros". Em sua página no Facebook e também no Twitter, o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa no Ministério Público Federal de Curitiba, também se manifestou nesta segunda-feira sobre o resultado da votação na Câmara. Para Dallagnol, o resultado no Legislativo não muda o curso das investigações da Lava Jato: "A decisão não afeta a Lava Jato, que é uma investigação técnica, imparcial e apartidária". Qualquer que fosse a decisão, ainda segundo Dallagnol, "a Lava Jato continuará tendo muitos inimigos, cujo número cresce a cada dia em que o número de investigados aumenta". A operação, diz ele, "continuará a ser atacada, de modo ostensivo e sorrateiro, e nossa única proteção é a sociedade".
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