A justiça boliviana determinou que o presidente Evo Morales deve fazer um exame de paternidade para revelar se é de fato o pai do filho de sua ex-companheira Gabriela Zapata. A mulher é investigada por tráfico de influência e enriquecimento ilícito. "Se houver uma ordem judicial, o senhor Morales acatará", disse o advogado do presidente, Ricardo Velásquez. O advogado de Zapata, Eduardo Leon, solicitou a presença de "peritos independentes" na avaliação da evidência científica, para evitar, segundo ele, irregularidades no processo que tem "risco de ser politizado". O caso veio a público em fevereiro, quando um jornalista divulgou uma certidão de nascimento que comprovaria a existência de um filho até então desconhecido de Morales. Pouco depois da revelação, o governo boliviano admitiu o relacionamento entre Evo e Gabriela Zapata e afirmou que o fruto desse relacionamento - um bebê nascido em 2007 - morreu com um ano de idade. A família de Gabriela negou a morte da criança. Uma tia da moça disse inclusive que o menino seria apresentado à imprensa em "um momento oportuno". Posteriormente, Morales também negou a existência do filho e afirmou que a certidão de nascimento era falsa. Uma investigação feita a pedido do ministro da Educação não encontrou nenhum aluno matriculado nas escolas bolivianas com o nome da criança, que não foi divulgado. O ministro do Governo, por sua vez, informou que nenhum menor com o nome apresentado pela mãe às autoridades havia saído do país. Por fim, Gabriela apresentou o menino que seria filho de Morales diante de uma juíza, que pediu o exame de DNA para esclarecer a questão. A investigação sobre a paternidade do menor ocorre paralelamente à de tráfico de influência. Sem ter nenhum título profissional, Gabriela foi designada em 2011 gerente comercial de uma subsidiária da multinacional chinesa CAMC Engineering, que obteve projetos do governo no valor de mais de 500 milhões de dólares, entre eles a construção de uma usina de açúcar e de uma fábrica de sais de potássio. Investigações da promotoria indicaram que Gabriela utilizava os escritórios do Ministério da Presidência para seus negócios. Ela, outra funcionária da empresa e um motorista foram detidos preventivamente durante a investigação.
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