Os primeiros números oficiais confirmam: a extrema-direita largou na frente na disputa pela presidência da Áustria. Impulsionado pelos temores do eleitorado em relação aos imigrantes estrangeiros em geral - e aos refugiados sírios que avançam em suas fronteiras, em particular -, o candidato Norbert Hofer, do Partido da Liberdade, já alcançava 35% dos votos com perto da apuração concluída. O triunfo de Norbert Hofer supera o melhor desempenho obtido anteriormente pelo seu Partido da Liberdade - mais de 27% de apoio nas eleições que definiram a adesão da Áustria à União Europeia. Sua vitória expressiva no primeiro turno do pleito presidencial coloca contra a parede a coalizão governista que domina a vida política do país há décadas, formada pelo Partido Social Democrata, de centro-esquerda, e o Partido Popular, de centro. Os candidatos de ambos os partidos não ficaram nem entre os três melhores colocados. Com 98% dos votos apurados, Hofer estava muito à frente de Alexander Van der Bellen, do Partido Verde, que concorreu como candidato independente e conquistou pouco mais de 21% de apoio - e deverá desafiar Hofer no segundo turno. Irmgard Griss, também independente, ficou em terceiro lugar, com pouco menos de 20% dos votos. A ascensão da extrema-direita na Áustria acendeu uma luz amarela no continente, já que seu partido é contrário à União Européia. Embora na Áustria a presidência seja uma função restrita à chefia de estado, não de governo, a ascensão fulminante de Hofer pode elevar as pressões por novas eleições gerais, caso ele vença a disputa do segundo turno marcada para 22 de maio. E, com isso, lance a Áustria de vez nas mãos da extrema-direita antes mesmo das eleições regulares, previstas para 2018. Uma eventual vitória de Hofer no segundo turno poderia aproximar a Áustria das nações da União Européia que são contra a entrada de imigrantes.
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