O advogado geral da União, o "porquinho" petista José Eduardo Cardozo, iniciou uma série de encontros com senadores para tentar reverter a tendência de derrota da presidente Dilma Rousseff no processo de impeachment no Senado. Ele esteve nesta terça-feira (26) por cerca de uma hora e meia em reunião no Senado com o senador Cristovam Buarque (PPS-DF), que afirma ainda estar avaliando seu voto. "A ideia é fazer isso todos os dias na semana que vem", disse Cardozo. Segundo o ministro, ele irá ao encontro "de todo senador que quiser recebê-lo". "Vou expor, vou debater, eles colocam as perguntas e nós respondemos. A ideia é nos estarmos cada vez mais oferecendo subsídios aos senadores para que eles possam avaliar as teses da defesa que ao meu juízo são indestrutíveis do ponto de vista fático e jurídico", disse Cardozo. "Nós vamos demonstrar claramente que não houve crime de responsabilidade, não há ilícito, não há dolo. A base do impeachment foi infundada". Indagado se os argumentos de Cardozo o convenceram, o senador Cristovam respondeu: "Ainda não, mas me trouxe informações importantes. Eu estou processando, inclusive com a ajuda de especialistas tanto na área jurídica quanto na área econômica, financeira e fiscal. Gostei de ouvir as coisas que ele colocou". Segundo o senador, Cardozo "foi muito convincente nos argumentos que tem na busca de dizer que não houve crime de responsabilidade por parte da presidente Dilma". Cristovam disse que está sendo pressionado "desesperadamente" por eleitores. "Está havendo muita pressão. Primeiro por uma angústia pessoal. Votar para destituir uma presidente é uma coisa de muita responsabilidade. Hoje até brinquei com senadores: se em 2010, quando fui candidato, tivessem me dito que durante meu mandato eu ia votar impeachment de presidente, era capaz de eu ter desistido. É um processo muito duro". É bom nunca esquecer que Cristovam Buarque é uma alma petista. Segundo Cristovam, "é muito difícil a continuidade do governo Dilma, por todos os erros que cometeu, e eu fui um dos primeiros a alertar, repetidamente, na tribuna, em artigos, e visitando ela própria, deixando cartas". Indagado se o PPS poderia puni-lo caso ele vote contra o impeachment, o senador diz que não há motivo, "Não tem razão para temer, eu não dei meu voto ainda. Não estou dizendo que vou votar diferente do que o PPS está defendendo, não. Estou dizendo que estou sofrendo para tomar a decisão que permita eu fazer um voto pelo qual eu fique tranquilo com a minha consciência", disse Cristovam. Para o senador, "o país está absolutamente dividido". "E pior ainda, caminhando para uma divisão de seitas. Eu jé desisti de tentar convencer e descobri que não tenho vocação para converter. E tem um problema de língua. Hoje você fala em português e tem um que entende em 'petês' e outros que entende em 'peessedebês'. Uns ouvem com a linguagem do 'Fora Dilma' e outros com a linguagem do 'É golpe'. Está difícil, está muito difícil". A alma de Cristovam Buarque pensa em "petês".
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