A presidência da Funasa (Fundação Nacional de Saúde) é a moeda que governo e PMDB têm usado para tentar levar o apoio do nanico PTN (Partido Trabalhista Nacional), que possui 13 deputados e foi um dos que mais cresceu no troca-troca partidário na Câmara. O atual presidente da Fundação, Márcio Endles Vale, assumiu o posto interinamente na semana passada, após a saída de um aliado do vice-presidente, Michel Temer. Vale já havia sido indicado para o posto pelo PTN em 2015. A permanência no cargo de Vale, que já era diretor administrativo na Funasa, no entanto, não está garantida. O PMDB já teria oferecido ao PTN, em conversas com parlamentares do partido, a oficialização de Vale em troca de apoio no impeachment. Apesar de negar que o cargo esteja em disputa – e afirmar que sua nomeação foi uma "escolha técnica" do governo, o líder da sigla na Câmara, Aluísio Mendes (PTN-MA), reconheceu que o partido está sendo procurado pelo governo e por parlamentares pró-impeachment. Ele também nega que tenha recebido oferta de ministério. "O assédio do outro lado (oposição) é até mais contundente", diz Mendes: "Mas eu não tenho legitimidade hoje, como líder do partido, para oferecer qualquer tipo de posição, porque não temos uma maioria consolidada sobre uma posição". Dos 13 deputados do PTN, oito seriam contra o impeachment hoje, três favoráveis e dois ainda indecisos. Segundo o líder do partido na Câmara, a posição da sigla em relação ao impeachment deve ser fechada na próxima semana. "A maioria dos votos vai sinalizar a posição do partido", diz Mendes: "Estamos avaliando se os documentos do impeachment consolidam ou não o crime de responsabilidade da presidente, a pauta da Lava Jato, a legitimidade da posição do PMDB". Vale afirmou que os deputados que não concordarem com a posição que o partido fechará nos próximos dias "são independentes para votar de acordo com a sua consciência".
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