O juiz federal Sergio Moro, da 13ª Vara de Curitiba, determinou, em despacho publicado no início da tarde desta quarta-feira (23), o restabelecimento de sigilo sobre as planilhas apreendidas pela operação Lava Jato com o investigado Benedicto Barbosa da Silva Júnior, executivo da Odebrecht. Nas listas de Benedicto recolhidas, constam os nomes de mais de 200 políticos, de 18 diferentes partidos, que teriam recebido repasses da Odebrecht nos últimos anos. Há dezenas de gaúchos citados. Moro declarou o retorno do sigilo porque entende ser precipitada qualquer conclusão. Não há clareza sobre a origem dos pagamentos: ainda resta dúvida se tratam-se de doações legais ou caixa 2. Ele ainda disse que a planilha não foi apreendida no setor criado pela Odebrecht para cuidar da distribuição de propinas, que foi alvo da 26ª fase da Lava-Jato. Também destaca que a empresa fez diversas doações registradas em campanhas. "Em decorrência de notícias da imprensa, constato que, aparentemente, na residência de Benedicto Barbosa da Silva Júnior, foram apreendidas listas com registros de pagamentos a agentes políticos. Prematura a conclusão quanto à natureza desses pagamentos. Não se trata de apreensão no Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht e o referido Grupo Odebrecht realizou, notoriamente, diversas doações eleitorais registradas nos últimos anos. De todo modo, considerando o ocorrido, restabeleço o sigilo neste feito", escreveu Moro em despacho.
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