quinta-feira, 10 de março de 2016

Maior fundo soberano do mundo tira R$ 14 bilhões do Brasil


O Brasil foi responsável por dar prejuízo ao maior fundo soberano do planeta no ano passado e, em meio aos problemas sem perspectiva de melhora, os gestores decidiram reduzir drasticamente os investimentos no país. Números apresentados nesta quarta-feira revelaram que os gestores do Fundo Soberano da Noruega cortaram o equivalente a 33,7 bilhões de coroas norueguesas - ou cerca de 14 bilhões de reais - a exposição da carteira às ações e títulos de dívida do Brasil. A maior contração aconteceu na renda fixa, onde a exposição diminuiu em 45,7%. Só nos títulos emitidos pelo governo federal - que compõem a maior parcela - a posição da carteira foi reduzida em 47%, conforme o patrimônio declarado em coroas norueguesas. Isso fez com que o Tesouro Nacional caísse de 8º emissor mais importante da carteira de renda fixa em 2014 para a 17ª posição em 2015. Na renda variável, a exposição aos papéis brasileiros foi reduzida em 36,4% no ano. Apenas com as ações da Petrobras, a posição financeira dos noruegueses diminuiu em 40% em 2015. Na comparação com o pico registrado em 2010, a exposição do Fundo Soberano da Noruega às ações da estatal brasileira já diminuiu 81%. "Os títulos governamentais de mercados emergentes, que somam 12,2% da carteira, fizeram menos que os papéis de países desenvolvidos, com retorno negativo de 4,9%. O Brasil teve desempenho particularmente ruim, com retorno negativo de 27,4% na cesta de moedas do fundo, devido ao aumento do juro e do real fraco", diz o relatório. Os gestores explicaram o mau momento dos ativos brasileiros pela situação mais frágil dos mercados emergentes, o que "enfraqueceu severamente o real". Os papéis emitidos pelo Tesouro e outros governos emergentes também foram afetados com "o pequeno aumento no retorno de longo prazo dos países desenvolvidos".

Nenhum comentário: