Quatro filhos de Lula receberam repasses por meio do Instituto Lula e também da empresa de palestras do pai, a LILS. As transferências desses recursos também são alvo de investigação nesta 24ª fase da Operação Lava Jato, desencadeada na sexta-feira (4). Segundo o Ministério Público Federal, grandes empreiteiras investigadas na Lava Jato por desvio de recursos por meio de contratos com a Petrobras seriam as maiores doadoras do Instituto Lula e também as que mais efetuaram pagamentos para a LILS palestras, empresa cujo nome é formado com as iniciais do nome do ex-presidente.
As investigações recaem sobre os filhos Fábio Luis, Sandro Luis, Luis Claudio e Marcos Claudio, segundo despacho do fim de fevereiro do juiz Sergio Moro, que conduz os processos da Lava Jato em Curitiba. Os maiores valores teriam sido repassados a Fábio Luis Lula da Silva, em um montante de R$ 1,349 milhões para a G4 Entretenimento e Tecnologia Digital Ltda., que pertence a Fábio, por serviços prestados ao Instituto Lula, entre 2012 e 2014, segundo os procuradores da força-tarefa da Lava Jato. Em sua decisão, Moro diz que a G4 "recebeu valores vultosos" do Instituto Lula, mesmo o magistrado chamando a atenção para o número reduzido de empregados da empresa. "A causa desses pagamentos deve ser esclarecida", afirmou o juiz, na sentença que autoriza os pedidos de mandado de busca e apreensão feitos pela Polícia Federal e Ministério Público Federal tanto na G4 como em outras empresas de Fábio das quais ele é sócio –BR4 Participações Ltda., Gamecorp S/A., LLF Participações Eireli - EPP e FFK Participações Ltda. Quanto a Sandro Luis, sócio da Flexbr Tecnologia Ltda., a busca e apreensão foi autorizada, diz Moro, "para melhor apurar as causas dos valores recebidos pela empresa do Instituto Lula". Segundo a denúncia, a Flexbr, que tem ainda como sócios o filho de Lula Marcos Claudio e a nora Marlene Araújo Lula da Silva, receberam R$ 114 mil do Instituto Lula. A LILS Palestras é investigada por efetuar o pagamento de R$ 72 mil à Flexbr, além de outros R$ 227 mil ao irmão Luis Claudio no período de 2011 a 2013. Mais cedo, o procurador Carlos Fernando Lima –um dos integrantes do Ministério Público Federal na Operação Lava Jato– disse em Curitiba que a força-tarefa vai checar se as empresas G4 e Flexbr realmente prestaram serviços ao Instituto Lula. "Agora precisamos investigar se foram feitos [os serviços]", afirmou.
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