O juiz federal Sergio Moro decretou nesta quinta-feira (3) a prisão preventiva do marqueteiro baiano João Santana e da sua mulher, Mônica Moura, que tinham sido detidos na semana passada na fase Acarajé da Operação Lava Jato. Santana, responsável por três campanhas presidenciais do PT, é suspeito de receber no Exterior pagamentos da Odebrecht e do lobista Zwi Skornicki, que representava o estaleiro asiático Keppel no Brasil. Com o decreto, o casal ficará detido por tempo indeterminado. Eles estão presos na Superintendência da Polícia Federal no Paraná desde o dia 23. O local já é conhecido como Pousada do Moro. O juiz federal Sérgio Moro citou como argumento em sua decisão provas obtidas em apreensões feitas na semana passada. Mencionou, por exemplo, planilhas que mostram pagamentos de R$ 22,5 milhões da empreiteira para o casal entre 2014 e 2015. O juiz disse que o uso de dinheiro de origem criminosa ou em caixa dois "é algo muito grave". "Agrava o quadro a probabilidade de que esses pagamentos tenham servido para remunerar os serviços prestados por João Santana e Monica Moura em campanhas do Partido dos Trabalhadores, com afetação do processo político democrático". Segundo o juiz, quando a fase Acarajé foi deflagrada, havia a expectativa de que o casal esclarecesse os depósitos recebidos no Exterior por meio da offshore Shellbill, aberta no Panamá. No entanto, para o magistrado, os depoimentos dos dois, prestados na semana passada, foram "inconsistentes". Ele também afirmou que o relacionamento do casal com a Odebrecht é "muito maior do que o admitido" e que eles podem ter recebido muito mais dinheiro do que o relatado. O juiz ainda considerou que há "risco à instrução" e às provas porque Santana apagou sua conta no serviço virtual Dropbox no dia da operação da Polícia Federaç. Moro disse que, embora as prisões da Lava Jato recebam críticas, "a corrupção é sistêmica e profunda" e as detenções "impõem-se para debelá-la".
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