Preso desde agosto de 2015 na Operação Lava Jato, o ex-ministro da Casa Civil do governo do poderoso chefão Lula, o bandido petista mensaleiro José Dirceu solicitou nesta quinta-feira ao juiz Sergio Moro, que conduz os processos da Lava Jato em primeira instância em Curitiba, permissão para ir até o hospital Santa Cruz, na capital paranaense, e lá ser submetido a exames médicos. A defesa de José Dirceu alega que o ex-ministro, preso no Complexo Médico-Penal de Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, tem sofrido há mais de 20 dias com uma dor de cabeça "intermitente, lancinante e sem fator de melhora ou piora", conforme atestado médico anexado à petição pelos advogados do petista. De acordo com o documento, assinado pelo médico de José Dirceu, Job José da Natividade Neto, não é possível "descartar a possibilidade de hematoma extra axial", um tipo de lesão intracraniana. Além das dores de cabeça "lancinantes", o bandido petista mensaleiro José Dirceu tem hipertensão arterial de difícil controle, hipercolesterolemia (aumento de colesterol no sangue) e distúrbio de ansiedade. O ex-ministro da Casa Civil tem sido medicado com substâncias controladas e recentemente foi examinado por Natividade Neto na cadeia. Apesar do pedido encaminhado hoje, a família de José Dirceu ainda não tem uma data para a internação. Segundo a petição encaminhada a Moro, "os familiares do peticionário estão tentando agendar, juntamente com a seguradora de saúde, uma data no Hospital Santa Cruz, nesta Capital, a fim de que sejam realizados todos os exames necessários ao bom estado de saúde de José Dirceu". Réu pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa, José Dirceu atuava em um dos núcleos do esquema de corrupção na Petrobras para arrecadar propina de empreiteiras por meio de contratos simulados de consultoria com a empresa dele, a JD Consultoria e Assessoria. Os indícios nas investigações apontam que o petista recebeu 11,8 milhões de reais em dinheiro sujo, tendo lavado parte dos recursos não só em serviços fictícios de consultoria, mas também na compra e reforma de imóveis para familiares e na simulação de aluguéis de jatinhos. De acordo com as investigações, o esquema do ex-chefe da Casa Civil na Lava Jato movimentou cerca de 60 milhões de reais em corrupção e 64 milhões de reais em lavagem de dinheiro. Ao todo, o Ministério Público calcula que houve 129 atos de corrupção ativa e 31 atos de corrupção passiva entre 2004 e 2011, além de 684 atos de lavagem de dinheiro entre 2005 e 2014.
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