Assim como os ingleses "The Guardian" e "The Economist", o jornal americano "Washington Post" defendeu, em editorial, a renúncia da presidente Dilma Rousseff. "Dilma, cuja administração está paralisada por meses, poderia servir melhor ao seu país se ficasse de lado e permitisse ao seu vice-presidente formar um novo gabinete de coalizão", diz trecho do texto: "Ao se entrincheirar, Dilma está empurrando o Brasil para a beira do abismo". No editorial, o jornal faz uma análise do momento político do país e diz que, com os protestos contra a corrupção e a nomeação do poderoso chefão Lula para o ministério da Casa Civil, o "drama subiu para outro nível". "Por mais de um ano, a quinta maior nação do mundo tem sido atingida pela recessão e convulsionada por investigações sobre propinas envolvendo a empresa estatal de petróleo, maiores empresas de construção do país, e dezenas de políticos de alto escalão", diz. Segundo o editorial, até agora a remoção de Dilma do cargo parecia duvidosa e a acusação de manipular contas orçamentais, antes de sua reeleição, em 2014, dificilmente merecia impeachment. O cenário, no entanto, mudou e a "aparente tentativa de proteger Lula pode justificar a ação do Congresso". Nas últimas semanas, outras publicações internacionais relevantes trataram da saída da presidente Dilma do cargo. No dia 20, o britânico "The Observer", edição dominical do "The Guardian", sugeriu a renúncia da presidente e destacou o risco de intervenção militar no caso de os protestos (pró e contra o impeachment) perderem o controle. "O dever de Dilma é simples: se ela não pode restabelecer a calma, deve convocar novas eleições - ou sair", disse a publicação. Dias antes, um editorial do norte-americano "The New York Times" classificara a justificativa de Dilma para a nomeação de Lula como ministro-chefe da Casa Civil de "ridícula". Na semana passada, Dilma foi capa da edição para as Américas da revista britânica "The Economist", com o título "Hora de Partir" ("Time to Go"). O texto avaliava que, até recentemente, mesmo sob protestos, o governo Dilma tinha legitimidade intacta, e que a presidente podia dizer que tinha o desejo de ver a justiça ser feita –mas que, com a nomeação de Lula para o ministério, Dilma "rejeitou o que vestia de credibilidade". No começo do mês, o também britânico "Financial Times" elogiou em editorial a Operação Lava Jato e afirmou que a denúncia do Ministério Público contra o ex-presidente Lula reforça a ideia de que não há "intocáveis" no Brasil.
Nenhum comentário:
Postar um comentário