A taxa de desemprego brasileira atingiu 9,5% no trimestre encerrado em janeiro e renovou o maior patamar da série iniciada em 2012, apontou a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgada nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No quarto trimestre do ano passado, a taxa havia ficado em 9%. A expectativa era que a taxa ficasse em 9,3% segundo a mediana das projeções. No mesmo período do ano anterior, o índice havia batido 6,8%. O resultado de janeiro também ficou acima dos 9% registrados no trimestre encerrado em outubro de 2015 (9%). Segundo o IBGE, a população desempregada somou 9,6 milhões de pessoas, o que indica uma alta de 6% em relação ao trimestre de agosto a outubro de 2015 e um acréscimo de 42,3% ante igual trimestre de 2015. Já a população ocupada somou 91,7 milhões de pessoas e registrou queda de 0,7% sobre o trimestre de agosto a outubro e de 1,1% sobre o mesmo trimestre de 2015. O rendimento médio real dos trabalhadores ficou em 1.939 reais, estável perante o trimestre de agosto a outubro, e 2,4% menor em relação ao mesmo trimestre do ano passado. Analistas consideram que o mercado de trabalho deva se deteriorar ainda mais ao longo deste ano, dada a expectativa de profunda retração da economia. Pesquisa Focus do Banco Central, que ouve semanalmente uma centena de economistas, mostra que o Produto Interno Bruto (PIB) deva sofrer contração de 3,6% neste ano, depois de despencar 3,8% em 2015. O cenário de grave crise política enfraquece ainda mais a confiança de forma generalizada, afetando as decisões de investimento e contratações. "A expectativa é que as condições do mercado de trabalho se deteriorem mais, com a taxa de desemprego alcançando dois dígitos no curto prazo, dada a expectativa de que a economia tenha outra profunda contração em 2016", projetou o diretor de pesquisa econômica do Goldman Sachs para América Latina, Alberto Ramos, em nota. A Pnad Contínua substituirá a partir de agora a Pesquisa Mensal de Emprego (PME), que leva em consideração apenas as regiões metropolitanas de Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre e do Recife. A última divulgação da PME ocorreu na véspera, apontando taxa de desemprego de 8,2% em fevereiro.
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