As comissões permanentes da Câmara dos Deputados só serão instaladas após o fim do prazo da janela partidária, período durante o qual os parlamentares podem trocar de sigla sem punição, que vai até 18 de março. A decisão, que já vinha sendo discutida nos últimos dias, teve o martelo batido na reunião de líderes da manhã desta quarta-feira (2). A idéia é esperar as novas composições dos partidos, após o troca-troca dos deputados, para distribuir os parlamentares nas comissões. Apesar disso, os principais cargos de comando já estão sendo negociados nos bastidores. As presidências das comissões mais importantes da Casa, como a Constituição e Justiça, costumam ficar com aliados do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A demora na instalação das comissões permanentes, que só devem começar de fato a funcionar no início de abril, já era esperada desde o ano passado. Após o Supremo Tribunal Federal interromper o rito do impeachment imposto por Cunha e proibir que a comissão especial que julgará a saída da presidente Dilma Rousseff do cargo seja eleita com chapa avulsa, o peemedebista decidiu obstruir a instalação das demais comissões. Após sofrer uma derrota na eleição para a liderança do PMDB, quando seu candidato, o deputado Hugo Motta (PB), foi derrotado por Leonardo Picciani (RJ), por larga vantagem, Cunha chegou a ensaiar a instalação das comissões num movimento para dar o troco no adversário, mas recuou. A idéia inicial era instalar de imediato as comissões e apresentar chapa avulsa para todas as disputas à presidência com seus candidatos, numa forma de provar sua força na Casa. Sem as comissões funcionando, a Câmara tem apenas as CPIs e o Conselho de Ética em atividade.
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