Um homem-bomba, terrorista representando o Talibã, matou 69 pessoas do lado de fora de um parque público na cidade de Lahore, capital de Punjab, no Paquistão. Outras 340 ficaram feridas. A maioria das vítimas eram mulheres e crianças. Jamaat-ul-Ahrar, uma facção do Talibã, assumiu a autoria do ataque e afirmou que o alvo era a minoria cristã do país, majoritariamente muçulmano. "Nós quisemos mandar essa mensagem para o primeiro-ministro Nawaz Sharif, de que nós entramos em Lahore. Ele pode fazer o que quiser, mas não será capaz de nos parar. Nossos homens-bomba vão continuar com esses ataques", disse um porta-voz da facção, Ehsanullah Ehsan. Terroristas paquistaneses têm atacado cristãos e outras minorias religiosas com frequência ao longo da última década. Os cristãos, por sua vez, acusam o governo de poucos esforços para protegê-los. Lahore, capital da província de Punjab, é o coração do território que dá apoio político ao premier. O país, de 190 milhões de pessoas, é atormentado pela insurgência talibã, gangues criminosas e violência sectária. Punjab é sua maior e mais rica província. O homem-bomba se explodiu no estacionamento do enorme parque Gulshan-e-Iqbal. Na hora da explosão, o local estava movimentado e repleto de famílias que passavam o fim de tarde, depois dos compromissos religiosos. O chefe do Estado-Maior do Exército, general Raheel Sharif, presidiu uma reunião de emergência para coordenar a resposta ao ataque. "Requisitamos a ajuda do Exército. Militares estão ajudando no resgate e na segurança", afirmou. Soa como uma piada macabra, porque o Exército, além de profundamente corrupto e corrompido, é dominado pelos islâmicos. Testemunhas disseram ter visto partes de corpos espalhadas pelo estacionamento quando a poeira baixou após a explosão. Muitos dos feridos foram transportados para o hospital em veículos improvisados. Um médico descreveu cenas de horror no hospital onde trabalha. "Até agora já recebemos mais de 40 corpos e 200 feridos, e a maioria está em situação crítica. Temo que o número de mortos aumentará. Estamos atendendo as pessoas no chão e nos corredores do hospital, e segue chegando mais gente ferida", detalhou. O atentado coincide com várias manifestações violentas em outras partes no país, que vêm aumentando desde a controversa execução de Mumtaz Qadri, no final de fevereiro. Qadri foi condenado à morte depois de assassinar Salman Taseer, governador da província de Punjab de quem era guarda-costas. O político, uma das mais populares vozes seculares no Paquistão, foi morto quando prometia reformar as leis de blasfêmia. Ele havia defendido Asia Bibi, uma cristã condenada à morte pelo crime. A execução de Qadri por enforcamento acabou inflamando a parte mais extremista da comunidade muçulmana, que se opõe ao atual governo.
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