sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Sartori convoca reunião no Palácio Piratini com um único objetivo marqueteiro, esconder os fracassos de sua administração


Só agora Sartori resolve mobilizar o Rio Grande do Sul contra a crise financeira do Estado
O governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori (PMDB), com um ano e dois meses de atraso, finalmente reagiu agir, fazer o que estava evidente desde antes mesmo de sua posse. Ele chamou o seu marqueteiro preferido, mandou fazer um banner bem grande, encheu o Salão Negrinho do Pastoreio do Palácio Piratini e chamou lideranças gaúchas na manhã desta sexta-feira e fez uma espécie de convocação da sociedade para enfrentar a crise financeira do Estado e angariar apoio na ação judicial que questiona o processo de renegociação da dívida gaúcha com a União. Cerca de 250 pessoas estiveram presentes no Palácio Piratini, segundo o cerimonial do governo. Evidentemente, há léguas de distância entre ele e a figura do ex-governador Leonel Brizola, o último a ter mobilizado o Rio Grande do Sul, em 1961. Para começo de conversa, José Ivo Sartori é um político errático, que não sabe o que fazer e tampouco tem a mínima idéia de um programa estratégico de recuperação e desenvolvimento do Estado. O encontro faz parte de mais uma de suas jogadas, assopradas em seu ouvido por marquetagem política, para evitar ou contornar as más notícias. A desta vez foi o anúncio inevitável de pagamento dos salários do funcionalismo público gaúcho com a famosa perna de anão. Ou seja, o Estado depositou apenas R$ 1.750,00 lineares nas contas de todos os funcionários. Essa nova dificuldade, expressa no atraso do pagamento do salário de fevereiro, demonstra a imensidão do erro  político cometido por José Ivo Sartori, quando insistiu no absurdo do aumento do ICMS. Videversus cansou de avisar que a medida seria inútil, porque a queda da produção industrial e a violenta redução do PIB tornariam sem efeito o aumento das alíquotas do imposto. Não deu outra. Mas, Sartori é italiano de cabeça dura, quando embesta alguma coisa, não há quem o segure. Além disso, só ouve os despreparados e incompetentes fiscais do ICMS (não sabem um ovo de economia, e são completamente incapazes para fazer uma análise de conjuntura política, econômica, cultural, jurídica, etc...). O resultado está aí: mais um atraso no pagamento dos salários. E Sartori toca a fazer ato de marquetagem para evitar danos maiores à sua imagem. Ele deixou claro o objetivo do encontro logo de início. De acordo com Sartori, a luta pela recuperação financeira do Estado deve ser transparente e contar com o apoio de todos os setores da sociedade, criando uma unidade de mobilização e fortalecendo a articulação política. É mesmo? Só agora ele se deu conta que a solução do problema é política? Benza Deus.... quem iluminou o cérebro do "gringo"? "Estamos cumprindo um papel que não é do governo. É um papel de Estado. Em busca de soluções coletivas", acentuou ele. Tudo lorota. Ainda não é o discurso certo para enfrentar a situação. Os convidados presentes servem para demonstrar que tudo não passou mesmo de mais um joguinho de cena, daqueles a que os gaúchos estão acostumados. Entre as figuras políticas que marcaram presença estavam o ex-senador Pedro Simon, os senadores Lasier Martins (PDT) e Ana Amélia Lemos (PP), a presidente da Assembleia Legislativa, Silvana Covatti (PP), e o prefeito de Porto Alegre, José Fortunati, além de secretários e deputados federais e estaduais. Bancos, empresas, federações, sindicatos e cooperativas também foram representados. Um convescote "au grand complet". Um exemplo de que não passa de uma jogadinha de marquetagem política foi o convite para o encontro o eterno presidente da Fessergs (Federação Sindical dos Servidores Públicos), Sérgio Arnoud, o qual saiu vociferando: "Essa tentativa de aproximar vários setores, chamar as entidades para participar, só vai prosperar se houver diálogo. Ninguém vai aceitar passivamente e aplaudir as medidas do governo sem participar e elaborar soluções conjuntas. Tem de haver diálogo e não monólogo". Ou seja, ele disse que "não tem conversa". A intenção de Sartori, parece evidente, é querer anular iniciativas do mundo corporativo estadual, que o incomoda. Naturalmente, soluções para o Rio Grande do Sul não serão alcançadas com submissão ao corporativismo estatal.

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