quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

O ditador indio cocaleiro trotskista Evo Morales, como mau perdedor, culpa "guerra suja" e redes sociais pela derrota


Após sofrer sua primeira derrota eleitoral em uma década, o ditador da Bolívia, o indio cocaleiro trotskista Evo Morales, passou a procurar culpados pelo resultado do plebiscito de domingo. Morales apontou uma suposta "guerra suja" travada pela oposição ao seu governo e as redes sociais como responsáveis pela vitória do "não" na consulta que decidiria se o presidente boliviano poderia se candidatar a um quarto mandato em 2019. "Seguimos enfrentando uma votação dura, de quase 50%, em meio a tanta guerra suja e conspiração interna e externa. A direita não travou um debate ideológico nem pragmático", afirmou Morales ao jornal El País nessa quarta-feira. De acordo com o último boletim oficial, o "não" venceu com 51,30%, contra 48,70% do "sim". A pequena diferença no resultado mostra que o presidente, eleito nas últimas eleições com 61% dos votos, ainda conta com forte apoio popular. Embora não tenha mencionado explicitamente, ao falar em "guerra suja" o ditadir boliviano estava se referido ao escândalo revelado pelo jornalista Carlos Valverde no canal de televisão Activa TV dias antes do referendo. Segundo as denúncias confirmadas pelo governo, Evo Morales teve um filho até então desconhecido com a "empresária" periguete Gabriela Zapata. O ditador também foi acusado de favorecer uma empresa transnacional gerenciada por Gabriela Zapata na Bolívia na obtenção de contratos com o governo. O escândalo rapidamente se espalhou nas redes sociais que, pela primeira vez, tiveram influência no resultado de uma eleição na Bolívia. "Vamos avaliar as mensagens nas redes sociais, onde as pessoas não se identificam e ferem a Bolívia", advertiu o indio cocaleiro trotskista Evo Morales. A derrota de Morales se assemelha à sofrida por Hugo Chávez em 2007, quando o venezuelano perdeu o referendo sobre os limites de seu mandato. Chávez reverteu os resultados da votação ao aprovar uma emenda à Constituição, garantindo sua nova candidatura. Questionado se considerava repetir os passos do falecido ditador venezuelano, Morales disse, em coletiva de imprensa no Palácio Quemado: "Nós respeitamos os resultados".

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