Movimentos sociais, estudantis e sindicatos da Argentina fizeram na sexta-feira (22) uma série de protestos contra a prisão da esquerdista trotskista Milagro Sala, líder do movimento Tupac Amaru, que faz oposição ao presidente Mauricio Macri. Aliada da ex-mandatária Cristina Kirchner, Milagro Sala foi detida no sábado (16) acusada de incitação à violência por liderar a ocupação da principal praça de San Salvador de Jujuy, capital da província de Jujuy, desde dezembro. Na sexta (22), o Poder Judiciário da província negou pedido de habeas corpus em seu favor. O movimento protesta contra a retirada de recursos de programas sociais administrados pela Tupac Amaru por parte do novo governador de Jujuy, Gerardo Morales, da União Cívica Radical (UCR), aliada do presidente. Os manifestantes bloquearam a passagem em 26 pontos do país, incluindo as pontes La Noria e Pueyrredón, acessos à capital Buenos Aires. Também foram fechadas estradas em Rosario, Córdoba, Resistencia, Catamarca e Jujuy. "Milagro foi colocada na prisão com a única acusação de ter liderado um protesto social", disse o dirigente Luis D'Elia, que comanda um dos principais movimentos sociais do país e foi aliado de Cristina Kirchner. Milagro Sala continua presa na cadeia feminina de San Salvador, depois de ser transferida de uma saída da cidade. A líder da Tupac Amaru é suspeita de usar os recursos estatais concedidos por administrações anteriores em benefício próprio, para atrair pessoas para o movimento e para beneficiar candidatos políticos aliados. Os membros do movimento estão há 39 dias acampados em frente à sede de governo de Jujuy, mas ainda não foram recebidos pelo governador. Ele afirma que não mudará a política devido às acusações contra Sala.
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