Nelson Barbosa será o novo ministro da Fazenda do governo Dilma Rousseff. O anúncio oficial foi feito no fim da tarde desta sexta-feira. Barbosa, de 46 anos, já era cotado para a Fazenda no fim de 2014, quando Dilma escolhia os nomes do primeiro escalão de seu segundo mandato. Seu nome agradava mais ao PT do que o de Levy, que acabou sendo escolhido. Nas inúmeras vezes em que circularam rumores de saída de Levy da Fazenda nos últimos meses, Barbosa sempre apareceu como um dos cotados para a pasta. Levy chegou à Fazenda com o compromisso de tentar ajustar as contas públicas. Os cortes de gastos sempre foram uma das marcas de Levy em passagens anteriores pelo governo, característica que lhe rendeu o apelido de "Mãos de Tesoura". Levy foi secretário adjunto de Política Econômica e economista-chefe do Planejamento no mandato de Fernando Henrique Cardoso e, já na gestão Lula, chefe do Tesouro. Barbosa, por sua vez, é da ala do governo mais afeita ao aumento de gastos como instrumento de estímulo à economia. Com o aumento de gastos, o Brasil fechará 2015 com déficit (já autorizado pelo Congresso) de 119,9 bilhões de reais. Uma das principais bandeiras de Levy nos esforços de ajuste das contas públicas era o compromisso de um superávit primário (economia para o pagamento de juros da dívida pública) equivalente a 0,7% do produto interno bruto (PIB) para 2016. Nesta quinta-feira, o Congresso aprovou o orçamento de 2016 com previsão de meta de 0,5% do PIB. Foi a última derrota de Levy antes de sua saída do governo. Ph.D em Economia pela New School for Social Research, de Nova York, e secretário-executivo do Ministério da Fazenda no primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff, de 2011 a 2013, Barbosa exerceu diversos cargos na administração federal, incluindo secretário de Acompanhamento Econômico 2007 a 2008 e secretário de Política Econômica, de 2008 a 2010, no Ministério da Fazenda. O economista foi também presidente do conselho do Banco do Brasil entre 2009 e 2013 e membro do conselho de administração da Vale de 2011 a 2013. Barbosa é lembrado por passagens pelo Banco Central, entre 1994 e 1997, pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, entre 2005 e 2006, e pelo Ministério do Planejamento, em 2003. Além dos cargos públicos, Barbosa atuou como professor titular da Escola de Economia de São Paulo (FGV-EESP), professor adjunto do Instituto de Economia (IE/UFRJ), pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia (IBRE/FGV) e membro dos conselhos de administração da Cetip e do Banco Regional de Brasília (BRB).
Nenhum comentário:
Postar um comentário