Um segundo advogado, Felipe Caldeira, é apontado por Bernardo Cerveró, filho do ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró, como envolvido nas negociações com o senador Delcídio do Amaral (PT-MS) para evitar a delação de Cerveró. Caldeira trabalhava em parceria com o advogado Edson Ribeiro, que fazia a defesa do ex-diretor e foi preso preventivamente, junto com Delcídio. Também foram presos o banqueiro André Esteves e o assessor parlamentar Diogo Ferreira. Por seu envolvimento nas negociações, o advogado também entrou na mira das investigações da Procuradoria Geral da República. Um dos elementos que estão, por exemplo, nos autos é a troca de mensagens de celular entre Bernardo Cerveró e Felipe Caldeira, entregue aos investigadores pelo filho do ex-diretor da Petrobras. Caldeira foi indicado pelo advogado Edson Ribeiro para acompanhar Cerveró nas tratativas de delação premiada do ex-diretor. Em um dos seus depoimentos, Cerveró afirma que, depois de seu filho desconfiar que Edson Ribeiro fazia "jogo duplo" pelos interesses do senador Delcídio, retirou Caldeira das negociações. Já seu filho Bernardo dá mais detalhes sobre a participação do advogado. De acordo com seu depoimento, em uma ocasião que Edson Ribeiro estava viajando, Felipe Caldeira intermediou uma reunião com o senador Delcídio. Nela, segundo Bernardo, o petista queria saber sobre um encontro de Cerveró com procuradores da Operação Lava Jato para negociar a delação premiada. "O senador perguntou detalhes da reunião, querendo saber, inclusive, quem estava presente e como funcionava a coisa", disse Bernardo. Na reunião com o senador Delcídio em um hotel de Brasília, em novembro, que foi gravada por Bernardo Cerveró e fundamentou a prisão dos envolvidos, Felipe Caldeira não estava presente. Mas ele participou de um encontro anterior que também foi gravado, com o filho do ex-diretor da Petrobras e com Edson Ribeiro, em um restaurante no Rio de Janeiro no fim de setembro. "Nessa conversa, Edson Ribeiro relatou que o senador Delcídio do Amaral iria ajudar, que estava em contato com ele e em breve marcariam uma reunião", diz o depoimento de Bernardo. Ele acrescenta que "a ajuda em questão era financeira". O áudio dessa reunião, porém, ainda é mantido sob sigilo pelo Supremo Tribunal Federal.
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