A presidente Dilma Rousseff alterou uma lei e incluiu o nome de Leonel Brizola no "Livro dos Heróis da Pátria". A sanção da norma e a homenagem foram publicadas nesta terça-feira, no Diário Oficial da União. Brizola é uma das referências políticas de Dilma. Antes de se filiar ao PT em 2001, a presidente fez parte do PDT, partido que foi fundado pelo político gaúcho. Para nomear Brizola como "herói da pátria", Dilma sancionou uma lei aprovada pelo Congresso que altera o tempo necessário para que uma personalidade receba a homenagem de 50 para dez anos após a morte. Brizola morreu em 2004, aos 82 anos. Já receberam a homenagem nomes como Tiradentes, Zumbi dos Palmares e Getúlio Vargas. O livro, com páginas de aço, fica exposto no Panteão da Pátria, na Praça dos Três Poderes, em Brasília. Político nacionalista e populista, o caudilho Brizola teve atuação destacada na luta contra a ditadura e no período de redemocratização. Em 1989, ficou em terceiro lugar na disputa para a Presidência da República, naquela que foi a primeira eleição direta depois da ditadura militar de 1964. Além de ser governador do Rio Grande do Sul, sua terra natal, Brizola também esteve à frente do governo do Rio de Janeiro em duas oportunidades, onde fixou residência em meados da década de 1960. Em 1998, Brizola foi vice da chapa do então candidato do PT, Lula. A dupla perdeu a eleição para Fernando Henrique Cardoso. Em 2002, o PDT fez parte da base aliada que levou Lula ao poder, mas Brizola sempre se manteve crítico ao governo petista. Brizola foi tremendamente ofendido pelo PT, quando seu filho foi convidado para fazer parte do governo do petista Olívio Dutra no Rio Grande do Sul, como chefe da Loteria Estadual. Nessa época o PT gaúcho estava enfiado até o pescoço em relações espúrias com a jogatina, incluindo o bicheiro goiano Carlinhos Cachoeira ("Charles Waterfalls"). O velho caudilho morreu inimizado com o filho por causa disso. Hoje a neta de Brizola, a deputada estadual gaúcha Juliana Brizola é uma correia de transmissão do petismo. Dilma e seu marido Carlos Araujo, na época da redemocratização, quiseram promover o "entrismo" no trabalhismo gaúcho e tomar conta do partido. Esse projeto foi barrado por Brizola e seus seguidores. Em 1988, Carlos Araujo contrariou o caudilho Brizola, dominou cartorialmente o partido em Porto Alegre e se impôs como candidato a prefeito da capital gaúcha. Dilma Rousseff, sua mulher, foi sua coordenadora de campanha. Araujo foi rotundamente derrotado por Olívio Dutra, do PDT. O principal motivo de sua derrota foi uma devastadora greve dos garis, que deixaram as ruas da cidade imundas, às vésperas da eleição. A greve teve grande impulso promovido pelo então prefeito trabalhista Alceu de Deus Collares, um fiel seguidor de Leonel Brizola. Ou seja, Araujo pensou que tinha ganho, mas não levou. Araujo e Dilma depois deram o troco a Collares, durante seu governo no Estado, quando promoveram o devastador depoimento da pernambucana Renilda da Silva, que denunciou o governo Collares como dominado pela corrupção. Uma CPI promovida pelo PT liquidou com a carreira política de Collares e de sua mulher, Neusa Canabarro. Agora, Dilma Rousseff está com todas as condições para tomar conta do PDT nacional, se quiser ter um partido só para si e deixar o PT, irremediavelmente comprometido com a corrupção, o descalabro e a pior crise econômica de toda a história brasileira.
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