Em meio a uma divergência entre Polícia Federal e Procuradoria Geral da República, o ministro Luís Felipe Salomão, do Superior Tribunal de Justiça, determinou que um juiz auxiliar tome um novo depoimento do doleiro Alberto Youssef no inquérito que investiga o ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), e seu sucessor, o atual governador Luiz Fernando Pezão (PMDB). A Polícia Federal havia pedido em setembro o arquivamento, concluindo que não foram encontradas provas do envolvimento no esquema de corrupção. A Procuradoria Geral da República, porém, pediu ao STJ que mantivesse o inquérito por serem necessários "esclarecimentos complementares". Como a Polícia Federal havia opinado pelo arquivamento, o ministro Salomão, então, determinou que um juiz auxiliar tome um novo depoimento do doleiro Alberto Youssef. Youssef já havia dito que o ex-diretor Paulo Roberto Costa "lhe incumbiu de repassar propinas arrecadadas dos prestadores de serviços da Petrobras a campanha eleitoral do PMDB do governo do Rio". Além disso, Salomão determinou a prorrogação por mais 60 dias do inquérito que investiga o ex-ministro das Cidades Mário Negromonte, que era do PP e atualmente é conselheiro no Tribunal de Contas da Bahia. Os inquéritos correm no STJ porque essas autoridades têm foro privilegiado perante esse tribunal. Na investigação sobre Negromonte, estão sendo levantadas informações de companhias aéreas sobre viagens do ex-ministro e do doleiro. Ele é suspeito de ter recebido propina da Petrobras. O ministro Salomão deu prazo de 15 dias para as empresas fornecerem as informações. Todos esses investigados negam terem sido beneficiados com propina da estatal ou terem qualquer relação com o esquema de corrupção. Afirmam que os depoimentos em delação premiada não são verdadeiros.
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