sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Samarco (Vale) usa bóias para conter danos na foz do rio Doce


Bóias infláveis estão sendo usadas pela mineradora Samarco para tentar conter danos na foz do rio Doce, no município de Linhares, litoral do Espírito Santo. Os equipamentos estavam sendo lançados na água na tarde desta quinta-feira, 19, em uma operação que deve se estender até esta sexta-feira. As bóias são similares às usadas em acidentes com vazamento de petróleo e é a primeira vez que são aplicadas em acidentes na área da mineração. No total, a cerca deve envolver nove quilômetros da foz, em áreas sensíveis como mangues e ilhas. A onda de rejeitos proveniente do rompimento das barragens em Mariana permanece percorrendo o Rio Doce 14 dias após o vazamento. Nesta quinta-feira, os rejeitos atingiram o centro da cidade de Colatina e o próximo destino é Linhares, no fim de semana. Em Colatina, o abastecimento para 120 mil pessoas teve de ser interrompido em razão da poluição e a prefeitura local adotou um plano emergencial com caminhão-pipa e caixas d'água públicas para atender a população. 
 

Após 11 dias descendo pelas águas do Rio Doce, a lama de rejeitos de minério que vazou das barragens da Samarco, na cidade de Mariana, em Minas Gerais, chegou ao Espírito Santo na segunda-feira, dia 16 de novembro. Na foto, a Usina de Aimorés, em Minas Gerais, na divisa com o Espírito Santo, no início da tarde de segunda-feira. A Samarco está otimista quanto à eficácia dos equipamentos chamados de barreiras offshore e seafences. "É difícil definir que seja 100% eficaz porque existem muitos pontos irregulares no rio. Pode, sim, haver algum tipo de passagem, mas infinitamente menor do que seria sem a barreira", disse Alexandre Souto, gerente-geral de estratégia e gestão da Samarco e representante da empresa em Linhares. Souto confirmou que é a primeira vez que o equipamento é usado para acidentes com essas características. "Não foi possível desenvolver em tempo hábil uma tecnologia específica para conter esse tipo de material, mas é o melhor disponível e poderá gerar um resultado satisfatório", disse. A onda de lama tem levado destruição à biodiversidade do rio Doce, desde o município homônimo em Minas, onde nasce. A calha tem extensão de mais 850 quilômetros até desaguar no mar em Linhares.

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