No auge da estiagem que atinge o semiárido nordestino, o governo federal interrompeu um contrato para instalação de 60 poços tubulares na região de Juazeiro, norte da Bahia, por "indisponibilidade momentânea de recursos". O extrato de interrupção do contrato, assinado pela Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba), foi publicado na segunda-feira (16) no Diário Oficial da União. O contrato firmado com a empresa Geofort Hidrogeologia e Construções prevê investimentos de R$ 1,9 milhões nos poços. Com a suspensão, ele deverá ser retomado somente em março de 2016. É a segunda vez seguida que a execução do contrato é interrompida por quatro meses. Em junho, o governo federal suspendeu o contrato por 120 dias também por falta de recursos. Os poços artesianos são considerados uma das principais alternativas para garantir o abastecimento de água, sobretudo em áreas rurais do semiárido. O município de Juazeiro está com situação de emergência reconhecida pelo Ministério da Integração Nacional desde abril por causa da seca. Cidades vizinhas, como Curaçá e Sobradinho, vivem situação semelhante. O reservatório de Sobradinho, que abastece a região, atingiu esta semana 2,5% do seu volume útil – nível mais baixo registrado desde sua construção nos anos 1970. Ao mesmo tempo em que alega falta de recursos para poços, a Codevasf firmou convênio com a prefeitura de Santa Maria da Vitória (BA) para construir uma ponte no valor de R$ 475 mil. O ex-prefeito da localidade Prudente José de Moraes assumiu há cerca de um mês a superintendência da Codevasf na região por indicação do PP da Bahia. Segundo o ministério, foram realizadas 55 perfurações ou instalações de poços neste contrato, sendo executados R$ 797 mil.
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