Lula tentou usar o programa de Roberto D'Ávila na Globonews como palanque para seu manjado discurso, mas errou no cálculo. Enganou-se com o jeitão cordial de D'Ávila, que nada tem de condescendente. Para deixar o entrevistado à vontade, o veterano jornalista começou a entrevista com risos e banalidades, mas logo encaixou uma bateria de perguntas objetivas sobre os temas que mais afligem o País: o discurso do ódio alimentado pelo PT, a crise econômica e as tentativas de derrubar Joaquim Levy, a falta de capacidade de Dilma, as investigações da Lava Jato e da Zelotes que atingem o partido e a família do ex-presidente. Lula foi arrancado de sua zona de conforto como há muito tempo não se via. Recorreu a frases surradas, pulou perguntas como numa corrida de obstáculos e chegou ao final do percurso visivelmente abalado, irritado até. D'Ávila expôs a alma de Lula, ao lembrá-lo de que o petista nunca foi um político "ideológico", mas de resultados, assim como era um "sindicalista de resultados" nos tempos do ABC. Roberto D'Ávila conhece Lula e seus pontos fracos.
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