Com problemas de caixa, o PT ainda sofre para pagar dívidas da campanha de 2014. Ex-integrante da Executiva nacional do PT, o publicitário Valdemir Garreta(foto) entrou na Justiça contra o partido, na semana passada, para cobrar uma pendência da candidatura derrotada de Lindbergh Farias ao governo do Rio de Janeiro. Segundo a ação de cobrança protocolada no dia 5, a VG Marketing, de Garreta, ainda tem a receber R$ 6,8 milhões dos R$ 10,17 milhões do contrato firmado para produção do programa de rádio e televisão do PT. Após a eleição, a dívida foi assumida pelo partido e houve um acordo de parcelamento em 36 meses, que deveriam ter começado a ser pagos em fevereiro. Mas a empresa de Garreta alega que até agora não recebeu nada. As parcelas já vencidas somam R$ 1,9 milhão. O senador Lindbergh Farias informou que a dívida foi assumida pelo PT do Rio de Janeiro e que caberia ao partido falar sobre a ação. Já Washington Quaquá, presidente do partido no Estado, disse que quem deveria falar sobre o pendência é o candidato derrotado. "Eu não tive nenhuma decisão sobre esse tal de Garreta. Se eu tivesse, eu não o traria. Ele fez um péssimo trabalho. Deveria pagar indenização por ter destruído a imagem do Lindbergh. Fez uma campanha muito ruim", afirmou Quaquá. Na avaliação do presidente do PT, a contratação da empresa de Garreta foi um “desperdício” de dinheiro: "Não temos dinheiro e, se eu tivesse, teria outras prioridades. Essa dívida do Garreta não temos condições de pagar. Não sei se a direção nacional ficou de ajudar", disse o presidente do PT do Rio de Janeiro. Garreta respondeu que o problema da campanha do petista foram as deserções em favor da candidatura Luiz Fernando Pezão (PMDB), que venceu a eleição. "Toda a campanha foi para o ar com aprovação do candidato e das pessoas nomeadas pelo candidato. Pelo que me consta, ele (Quaquá) era o coordenador da campanha. Um dos problemas da campanha do Lindbergh é que várias pessoas apoiavam o Pezão", disse o publicitário. Garreta afirmou ainda que pretende acionar o presidente do PT do Rio de Janeiro diretamente, caso o partido não quite os débitos: "Perante a lei, ele e o Lindbergh são responsáveis. Vou executá-lo como pessoa física. Se ele não conhece a lei, não é problema meu". A Direção Nacional do PT descarta assumir as dívidas da campanha ao governo do Rio de Janeiro: "O PT não assumiu a dívida de campanha de nenhum dos candidatos", disse o tesoureiro do PT, Márcio Macedo. Garreta foi secretário da prefeitura de São Paulo na gestão Marta Suplicy (2001-2004) e integrou a Executiva nacional do PT entre 2006 e 2007, quando passou a se dedicar profissionalmente ao marketing político. Ele se desfiliou em 2013. Sua empresa também tem dinheiro a receber relativo a trabalhos prestados apara a campanha de Alexandre Padilha ao governo de São Paulo.
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