O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, enfrentou um "massacre" na noite desta terça-feira (10) ao participar de um jantar com senadores tanto da base aliada quanto da oposição ao tentar defender, mais uma vez, a aprovação da segunda etapa do ajuste fiscal, com medidas como a recriação da CPMF. O ministro foi convidado para tratar de propostas que pudessem alavancar a economia brasileira sem prejudicar os contribuintes, mas acabou sendo o alvo central das críticas. De acordo com colegas, o senador Roberto Requião (PMDB-PR) chegou a dizer que gosta do ministro como pessoa mas "detesta sua política econômica". Outros senadores também fizeram críticas à estratégia do governo de propor aumento de impostos e não apresentar outras medidas que contraponham o desgaste de se defender matérias como a recriação de um tributo nos moldes da antiga CPMF. O ministro, no entanto, reiterou que o governo precisa ter receita para estimular a volta do crescimento da economia e afirmou que a CPMF é a melhor solução porque é um tributo mais diluído. Se for aprovado, o novo imposto pode gerar até R$ 32 bilhões de receita para os cofres públicos. Diante das dificuldades em convencer o Congresso a aprovar o tributo ainda neste ano, o governo já trabalha com a previsão de que ele será aprovado apenas no meio do ano que vem. O encontro foi realizado na casa do líder do PMDB, senador Eunício Oliveira (CE), e contou com a presença do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). De acordo com presentes, Levy até instou senadores do PT a se manifestar mas eles pouco falaram, assim como Renan e outros caciques do seu partido. O ministro também evitou comentar especulações de que ele poderia ser substituído no cargo pelo ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles. Ele foi questionado sobre isso diretamente por alguns senadores mas desconversou. "Ele ficou ouvindo duas horas de massacre e no final defendeu o ajuste fiscal. Os senadores disseram a ele que a CPMF não passa porque só aumento de imposto não adianta, são necessárias medidas estruturantes", contou o senador Romero Jucá (PMDB-RR).
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