quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Receita pede quebra de sigilo de Gilberto Carvalho, filhos e número 2 do Planejamento


Os investigadores da Operação Zelotes pediram à Justiça Federal as quebras dos sigilos fiscal e bancário do ex-ministro Gilberto Carvalho e de três de seus filhos, Gabriel, Myriam e Samuel Carvalho. A Receita Federal, que atua nas investigações ao lado da Polícia Federal e do Ministério Público, também pediu a quebra dos sigilos do restaurante Sanfelice, em nome dos dois filhos do ministro. Ao todo, foram pedidos à Justiça pelo Ministério Público Federal dados fiscais e bancários de 28 pessoas físicas e 21 empresas. Também há pedido de quebra dos sigilos de Dyogo Henrique Oliveira, número dois do Ministério do Planejamento. Ele ocupa a secretaria-executiva da pasta e seu nome foi relacionado em documentos apreendidos com lobistas contratados para viabilizar medidas provisórias mediante pagamento de propina. Ao todo, foram pedidos à Justiça pelo Ministério Público Federal dados fiscais e bancários de 28 pessoas físicas e 21 empresas.
 


A relação inclui ainda a LFT Marketing Esportivo e a Touchdown Promoção e Eventos Esportivos, em nome de Luís Claudio Lula da Silva, filho mais novo do ex-presidente Lula. Não há solicitação de quebra dos sigilos de Luís Claudio como pessoa física. A justiça ainda não se pronunciou sobre os pedidos de quebra dos sigilos. A empresa do filho de Lula entrou no foco das investigações após a descoberta de que recebeu repasses milionários da Marcondes & Mautoni, empresa contratada por esquema de lobby de montadoras de veículos para supostamente comprar medidas provisórias nos governos Lula e da presidente Dilma Rousseff. A quebra de sigilo da Marcondes revelou a transferência de R$ 1,4 milhão para a LFT. Os investigadores querem saber agora quais as outras fontes de receita da firma de Luís Claudio, além do destino do dinheiro recebido da Marcondes & Mautoni, o que pode ajudar a esclarecer se os valores foram pagamento foram comissão pela edição da MP 627/2013, uma das suspeitas que levaram a Justiça a autorizar busca e apreensão na sede da empresa em São Paulo na segunda-feira. Foi a equipe da Receita quem descobriu que parte do valor recebido pela Marcondes & Mautoni foi parar na LFT e que a empresa não tem funcionários, fez pagamento de salários ou recolheu contribuição previdenciária de empregado. O pedido de quebra dos sigilos de Gilberto Carvalho, seus filhos e do restaurante Sanfelice segue o mesmo raciocínio. Os investigadores querem saber se o petista usou a empresa em nome da filha para receber dinheiro da Marcondes & Mautoni. Documentos apreendidos em fases anteriores da Zelotes mostram o nome do ministro associado a inscrições sobre a MP 471/2009, editada pelo então presidente Lula quando ele era seu chefe de gabinete. Para os investigadores, havia um “conluio” entre ele e a consultoria na defesa dos interesses do setor automobilístico. 

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