Professor da Coppe/UFRJ e representante da União no conselho de administração da Petrobras, Segen Estefen disse nesta terça-feira (27) que a estatal não "tem mais como fazer política de governo" porque precisa focar seus esforços na busca de saídas para a crise financeira. "É como a máscara de oxigênio do avião: primeiro você coloca a sua para depois colocar em alguém que precise de ajuda", comparou, em entrevista após palestra na Offshore Technology Conference (OTC). Segundo ele, a direção da empresa tem demonstrado independência para agir neste sentido, com ajustes nos preços dos combustíveis e cortes de investimentos. "O que hoje se discute na Petrobras é que, diante dos problemas, a empresa precisa se firmar como empresa", comentou. Direções anteriores da companhia foram criticadas por concessões a políticas do governo, como a manutenção dos preços dos combustíveis em níveis inferiores aos praticados no mercado internacional. Especialista em engenharia naval e oceânica, Estefen defendeu investimentos em inovação para reduzir os custos do pré-sal, diante de um cenário de petróleo barato. "Não adianta ficarmos aqui discutindo se o pré-sal é caro ou é barato. O Brasil tem que fazer o pré-sal factível", afirmou. Na sua opinião, os custos de equipamentos e serviços tendem a cair, melhorando a competitividade dos projetos da Petrobras. O professor da Coppe disse que a luta das petroleiras privadas pelo fim da exclusividade no pré-sal é "muito barulho por nada". "Se abrir (para outras empresas) hoje, ninguém vai vir, porque estão todos cortando investimentos. Além disso, porque não vieram quando estava aberto?", questionou, referindo-se às áreas do pré-sal que foram colocadas em leilões no modelo de concessão. Ele admitiu, porém, que considera positiva a proposta de flexibilização da lei do pré-sal, dando a empresas privadas a opção de arrematar áreas que não interessem à Petrobras.
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