Em esforço para conseguir aprovar no Congresso Nacional medidas do pacote fiscal, a presidente Dilma Rousseff nomeou nesta segunda-feira (26) a ex-deputada federal Rebecca Martins Garcia (PP-AM) para a o comando da Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus). A nomeação foi publicada no "Diário Oficial da União" e era reivindicada desde o início do ano pelo PP, partido da base aliada que foi um dos menos fieis no primeiro semestre às orientações do governo federal na Câmara dos Deputados. A indicação da ex-deputada federal teve o apoio do ministro Eduardo Braga (Minas e Energia), que fez uma dobradinha com ela na disputa do ano passado ao governo do Amazonas. Rebecca substituirá no cargo o economista Gustavo Adolfo Filgueiras, funcionário de carreira da Suframa. Nas últimas semanas, a presidente cedeu também cargos em segundo e terceiro escalões para as bancadas do PR e do PTB da Câmara dos Deputados. Para a diretoria de administração e finanças do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), ela nomeou o vice-presidente do PR em Alagoas, Fernando Fortes Melro Filho. À frente do cargo de comando da Casa da Moeda, ela colocou Mauricio Visconti Luz, nome sugerido pelo PTB. Os dois postos foram alvo de denúncias de corrupção no primeiro mandato da petista. Em 2012, o então presidente da Casa da Moeda foi demitido por suspeita de receber propina de fornecedores por meio de empresas no Exterior. Responsável pela construção e manutenção da malha viária federal, o Dnit protagonizou um dos maiores escândalos de corrupção desde o início do governo da presidente. A crise causou, em 2011, a demissão de Luiz Pagot da chefia do órgão e de Alfredo Nascimento (PR-AM) do Ministério dos Transportes, além do afastamento de diversos outros funcionários da pasta. Na tentativa de evitar novas rebeliões na Câmara dos Deputados, o governo federal tem negociado com partidos da base aliada indicações para cargos de segundo e terceiro escalões e a liberação de emendas parlamentares. No início do mês, as bancadas do PR, PTB e PP contribuíram para o esvaziamento de sessão do Congresso Nacional para votação dos vetos parlamentares, causando derrota ao Palácio do Planalto. A ordem no governo federal é agilizar até o final de outubro nomeações que estavam represadas desde o início do segundo mandato da presidente. O objetivo é, assim, evitar que um pedido de impeachment tenha prosseguimento na Câmara dos Deputados e viabilizar a aprovação de medidas que aumentem a arrecadação do governo federal em um ano com perspectiva de déficit primário de cerca de R$ 55 bilhões.
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