A presidente Dilma Rousseff vai anunciar nesta sexta-feira (2) a reforma ministerial com a qual pretende melhorar sua governabilidade no Congresso. A nova configuração da Esplanada será apresentada pela própria presidente em uma declaração à imprensa prevista para as 10h30 no Palácio do Planalto. Dilma pediu que todos os ministros estejam em Brasília para acompanhar o anúncio, que ampliará de seis para sete os ministérios controlados pelo PMDB, partido do vice-presidente Michel Temer. O espaço do maior partido aliado foi objeto de impasse durante toda esta quinta-feira (1º). Pela manhã, Dilma se reuniu com Temer e afirmou que não estava satisfeita com o nome do deputado Celso Pansera (PMDB-RJ), indicado pela bancada do partido na Câmara, sob a liderança de Leonardo Picciani (RJ), para a pasta de Ciência e Tecnologia. A presidente queria um nome de "mais peso político para ajudar nas votações no Congresso, principalmente na aprovação do ajuste fiscal e na tentativa de evitar a abertura de um processo de impeachment contra seu mandato. Temer, por sua vez, afirmou que não indicaria novos nomes e que a presidente teria que acertar o tema com Picciani. No início da noite desta quinta, o deputado foi ao Planalto acompanhado por Pansera para acertar a indicação. Após a reunião com o vice, Dilma seguiu para o Palácio da Alvorada, onde almoçou com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Lula foi quem mais pressionou a presidente para fazer uma reforma ministerial com lastro político, trocando o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, por Jaques Wagner (Defesa), e dando mais espaço ao PMDB. Dilma já havia definido os nomes dos ministros peemedebistas: Eduardo Braga (Minas e Energia), Kátia Abreu (Agricultura), Eliseu Padilha (Aviação Civil), Helder Barbalho (Portos) e Henrique Eduardo Alves (Turismo). Ciência e Tecnologia e Saúde eram as outras duas pastas que também iriam para o PMDB. Para Saúde, o mais cotado é o deputado Marcelo Castro (PMDB-RJ), também uma indicação de Picciani. Do almoço com o ex-presidente Lula também participaram os ministros petistas Edinho Silva (Comunicação Social), Aloizio Mercadante (ainda na Casa Civil), Ricardo Berzoini (Comunicações) e Jaques Wagner (ainda na Defesa), além do presidente do PT, Rui Falcão, e do assessor especial da Presidência Giles Azevedo. Ali ficou definido que o PT, após perder a pasta da Saúde, ficará com dois ministérios que ganharam grandes estruturas: a fusão de Previdência, Trabalho e Desenvolvimento Social, e das secretarias de Política para as Mulheres, Igualdade Racial, Direitos Humanos e Secretaria-Geral, que pode ficar sob a tutela da deputada Moema Gramacho (PT-BA).
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