“O cadáver da malfadada Nova Matriz Econômica ainda nem esfriou e o governo Dilma já planeja a sua ressurreição”, diz Cristiano Romero, do jornal Valor. “É disso que se trata a inflexão da política econômica pretendida pelo triunvirato - a presidente, o chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, e o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa - que governa o país. A ideia de que só se consegue gerar saldos positivos nas contas públicas quando a economia cresce é cara a Nelson Barbosa, um dos ideólogos da Nova Matriz Econômica. Quando afirma que o Brasil precisa crescer para superar o problema fiscal, o ministro do Planejamento quer dizer o seguinte: é preciso abandonar as metas fiscais de curto prazo, aumentar o investimento público, deixar a dívida crescer e, por conseguinte, tolerar taxas de câmbio e inflação mais elevadas, combustíveis necessários para a retomada da expansão do PIB. Na prática, as ideias de Barbosa inviabilizam a presença de Joaquim Levy no governo. Sem Levy e sem o ajuste, os empresários, os mesmos que há algumas semanas se manifestaram contrários ao impeachment da presidente, retiram o apoio que vinham dando. Seria o fim da concertação que ajudou a classe política a serenar os ânimos em Brasília”.
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