O general Manuel Contreras, principal repressor da ditadura de Augusto Pinochet, condenado a mais de 500 anos de prisão, morreu nesta sexta-feira no Hospital Militar de Santiago do Chile, informaram fontes oficiais. O estado do militar de 86 anos e ex-chefe da temível Direção de Inteligência Nacional (Dina), a polícia secreta de Augusto Pinochet, tinha se agravado nas últimas semanas, quando suspenderam todos os tratamentos e só recebia paliativos para a dor. Contreras padecia há anos de um câncer de cólon, de hipertensão e de diabetes que tinham afetado seus rins, razão pela qual fazia diálise três vezes por semana. Idealizador da Operação Colombo e da Operação Condor, que envolveram nos anos 70 e 80 as ditaduras militares da região em operações coordenadas para eliminar opositores, Contreras estava condenado a mais de 500 anos de prisão em 58 sentenças definitivas e tinha outros 56 julgamentos abertos. O general Contreras somava duas cadeias perpétuas, uma pelo assassinato da família do general Carlos Prats, e outra por 19 sequestros e um assassinato ocorridos na Vila Grimaldi, em Santiago. A advogada de direitos humanos Carmen Hertz lamentou esta noite, em declarações ao "Canal 13", que o militar tenha morrido com a distinção de general, "o que é uma vergonha para o exército chileno".
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