A família do ex-diretor de Serviços da Petrobras, o petista Renato Duque, contratou oficialmente nesta sexta-feira o escritório do advogado Marlus Arns, de Curitiba, para que ele negocie com a Polícia Federal e o Ministério Público Federal os termos de um acordo de delação premiada. Segundo o próprio advogado, que conduziu a delação dos ex-executivos da Camargo Corrêa, Eduardo Leite e Dalton Avancini, as reuniões de Duque com o Ministério Público Federal ainda não ocorreram, mas as conversas devem ser iniciadas a partir da próxima semana. O ex-diretor está preso, em Curitiba, desde março deste ano. Os atuais advogados do petista Renato Duque, Alexandre Lopes e Renato de Moraes, devem deixar o caso. Renato Duque apresentará aos investigadores uma lista de temas sobre os quais estaria disposto a contribuir com informações para a força-tarefa que investiga corrupção na Petrobras. Para que a delação seja aceita, o ex-diretor deve apresentar colaborações para as ações penais e inquéritos em curso, que o envolvem diretamente, mas também apresentar novos fatos que ajudem a Polícia Federal e o Ministério Público Federal a apurar crimes de corrupção envolvendo a estatal. Em troca, o dirigente teria sua pena reduzida, em caso de condenação. Apontado por petistas como diretor indicado pelo ex-ministro José Dirceu para o cargo, o que o ex-ministro nega, Duque é acusado de chefiar um dos grupos que fraudava licitações em benefício de empresas que pagavam propina a ele e ao PT. Sua relação com o esquema de corrupção na estatal foi denunciado por seu ex-braço direito e um dos delatores da Lava-Jato, o ex-gerente de Engenharia Pedro Barusco. Nesta sexta-feira, a Justiça Federal aceitou denúncia contra Duque e os empresários Júlio Camargo e João Antônio Bernardi, por crimes como corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro.
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