Pesquisa da CNI mostra que o medo do desemprego é o maior desde 1999. O indicador atingiu 104,1 pontos, resultado 36,8% maior que em junho do ano passado. Além do desemprego, que está aumentando e atingirá números alarmantes no segundo semestre, tudo em função da corrosiva recessão econômica, a economia brasileiras enfrenta agora, também, a combinação de inflação alta com demissões e queda de salário. Isto tudo provocou uma retração de proporções inéditas na renda disponível para o consumo, segundo o IBGE nesta quinta-feira, cujos dados começam a ser detalhadamente analisados a partir desta sexta-feira. A Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do IBGE mostra que a massa salarial real diminuiu 10% entre novembro de 2014, pico dos últimos anos, e maio passado. Na crise de 2003, um recuo dessa proporção foi atingido após oito meses de deterioração do mercado de trabalho. Na crise de 2009, apesar da recessão, não houve queda da massa salarial nessa magnitude. O recuo é mais acentuado por conta da sazonalidade da ocupação. Novembro é um mês tradicionalmente forte em função dos empregos criados para o fim do ano. O Departamento Econômico do Bradesco ajustou os dados para corrigir esse efeito. O resultado indica uma baixa nominal da massa de 4,7%. Nesta série, a maior e única queda anterior (considerando o recorte de seis meses) havia sido de 2,8% entre abril e outubro de 2003. O economista do banco, Igor Velecico, acredita que os efeitos da contração do mercado de trabalho sobre o consumo ainda estão subestimados. Ele afirma que parte expressiva dessa baixa forte e rápida da massa salarial ainda vai aparecer na economia.
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